8 de agosto a 8 de dezembro
Também conhecida como "meditação em movimento", o Tai Chi Chuan é uma arte oriental, mas bastante indicada para nós, ocidentais. Um estudo publicado no British Journal of Sports Medicine mostrou que a atividade ajuda a evitar quedas e promove o bem estar psicológico em pessoas mais velhas. Combinando movimentos fáceis e precisos com técnicas de meditação e relaxamento, o Tai Chi prova ser a referência de tranquilidade para aqueles que vivem o ritmo agitado das cidades grandes.
A pesquisa publicada no jornal britânico foi uma revisão de outros 31 estudos de jornais chineses que ainda não constavam na literatura ocidental. No total, foram avaliados 2216 homens e mulheres. O estudo concluiu que, por ser um exercício de intensidade moderada, traz benefícios para o sistema cardiorrespiratório, imunológico, controle mental, flexibilidade e equilíbrio. Além disso, melhora o alongamento dos músculos e reduz os riscos de quedas em pessoas idosas.
Pesquisas do mesmo tipo já foram realizadas aqui no Brasil. De acordo com a professora e diretora da Sociedade Brasileira de Tai Chi Chuan (SBTCC), Ângela Soci, "diversas instituições médicas no mundo têm se dedicado a realizar pesquisas para comprovar os benefícios da prática. Nossa instituição tem uma parceria com o Hospital das Clínicas, em São Paulo, onde realizamos pesquisas sistemáticas sobre os benefícios da Arte para a vida dos idosos. Numa delas, comprovamos o fato de que a prática do Tai Chi Chuan melhora a memória das pessoas que apresentam déficits cognitivos leves, sendo, portanto, um auxiliar para a prevenção da doença de Alzheimer".
História
Assim como o King Fu e o Judô, o Tai Chi Chuan é uma arte marcial com origens orientais. Ângela conta que "ele surgiu na história da China por volta do ano 1200 de nossa era. Foi lendariamente criado por um monge taoísta de nome Zhang San Feng. Conta a lenda que este monge era versado em diversas artes marciais e queria reunificar os princípios filosóficos e os princípios físicos que na época estavam dissociados devido a muitas guerras na China. Observando a luta entre uma garça e uma serpente ele idealizou os movimentos do Tai Chi Chuan".
ArtPsicológico, físico e emocional
O Tai Chi pode ser praticado por crianças, adultos e idosos, após o consentimento médico. "Para os jovens, fortalece o corpo, cultiva a energia e forma o caráter. Para os adultos, fortalece o corpo, revitaliza a energia e acalma a mente (previne e elimina o estresse). Para pessoas idosas, fortalece o corpo, recupera a energia e permite que seja revitalizada e também acalma. Gestantes devem iniciar somente após o 3º mês de gravidez, com autorização médica. Pessoas que sofrem de distúrbios mentais e que tomem medicamentos psicotrópicos de tarja preta não devem praticar o Tai Chi", alerta a professora.
Para alcançar todos os resultados que o Tai Chi Chuan pode oferecer, é importante saber respirar. Ângela Soci diz que "enfatizamos que a respiração deve ser profunda e, ao mesmo tempo, natural. Com a mente concentrada na região do baixo ventre com a postura correta do quadril, abrimos espaço para que os pulmões possam naturalmente fazer o seu trabalho. Existem diferentes técnicas respiratórias, mas para uma pratica diária de manutenção e nutrição energética o mais indicado é o método natural. Quem não sabe respirar direito pode sofrer com bloqueios, tensões e alterações cardiorrespiratórias. Respirar corretamente promove a oxigenação geral do organismo, calma mental e integração entre o corpo e a mente".
Psicológico, físico e emocional. O Tai Chi se reflete em todos os aspectos da vida do praticante. "Ele fortalece ossos, músculos, tendões, equilibra o metabolismo, favorece o funcionamento de todos os sistemas orgânicos, aumenta a capacidade pulmonar, estimula a circulação sanguínea. Seus praticantes exercitam enraizamento e equilíbrio, encontrando o centro e a respiração profunda e, por isso, mantêm emoções tranquilas e equilibradas. A mente se acalma e se esclarece justamente por permanecer todo o tempo atenta aos processos internos", enumera Ângela.