Há anos as mulheres lutam para se igualar aos homens na profissão, nos direitos, e com certeza já conseguiram muito. Porém, quando o assunto é saúde, as diferenças são bem mais difíceis de comparar e igualar. Isto porque o metabolismo age de forma diferente em ambos.
O acúmulo de gordura é um paradoxo na cabeça das mulheres, pois na maioria das vezes ingerem menos calorias diárias que os homens e, mesmo assim, sua capacidade de armazenar a gordura é maior. "O fato é que as mulheres têm, em média, entre 6 a 11% mais de gordura corporal do que os homens e essa gordura se acumula principalmente na região das coxas e quadril. Pesquisas recentes mostram que essa diferença é explicada pela ação do hormônio estrogênio, que diminui a habilidade do organismo feminino para queimar energia após comer", explica a PhD em nutrição e coordenadora do Centro de Pesquisa Sanavita, Andrea Dario Frias.
Outra diferença entre os dois sexos está relacionada ao risco de desenvolvimento da osteoporose, mal que atinge mais mulheres do que homens. Enquanto 1 em cada 3 mulheres acima de 50 anos desenvolve a doença, entre eles a relação é de 1 para 5. A explicação para isso é que além de apresentarem ossos mais leves e finos, as mulheres sofrem com uma perda maior de massa óssea na menopausa, devido a queda do estrogênio, hormônio que facilita a absorção de cálcio e limita sua retirada do osso. Outro fator importante é o pico de massa óssea, ou seja, a quantidade de massa óssea que a menina consegue acumular até a fase de puberdade, dando-lhe uma reserva para perdas futuras. Estudos mostram que os meninos adquirem mais massa óssea pelos exercícios competitivos e maior ingestão de alimentos ricos em cálcio e vitamina D que as meninas, daí a suposição que os homens tenham maior reserva de massa óssea e menor tendência a osteoporose.
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Outra perda que aparece com o passar dos anos é a do colágeno. Segundo a Dra. Andrea, as mulheres apresentam uma quantidade menor desta proteína no corpo do que os homens, e isso é acentuado pela deficiência de estrogênio que ocorre entre os 45 e 50 anos. Isto faz com que haja uma diminuição da quantidade de fibroblastos, células responsáveis pela produção de colágeno, que junto com outra proteína chamada elastina, compõe a sustentação da pele. "Toda essa mudança provoca a redução do fluxo de sangue pelos vasos e leva a uma menor capacidade de retenção de água pelas células, além de desacelerar a atividade das glândulas sebáceas e sudoríparas. Elas produzem a oleosidade que protege a pele como um filtro natural", diz a especialista.
Por todos esses motivos, a alimentação adequada ajuda e muito a manter um equilíbrio corporal e a qualidade de vida. Dra. Andrea Dario Frias dá cinco dicas preciosas para as mulheres:
1. Mantenha um peso adequado: a partir dos 40 anos, o metabolismo da mulher fica mais lento e as necessidades calóricas diminuem em média 2% ao ano. Para mulheres com idade entre 23-50 anos, recomenda-se uma ingestão média de 2.000-2.200 calorias, enquanto que para as que já passaram dos 51 anos, a ingestão média diária diminui para 1.600-1.800 calorias. Nessa idade, um excesso de 200 calorias/dia pode resultar num aumento de 10kg de peso/ano. Por isso, faça uma alimentação equilibrada, fracionada (não fique em jejum) e pratique uma atividade física regular.
2. Elimine a celulite: diminua o consumo de sal que causa retenção de líquidos e edemas, e de alimentos gordurosos e frituras. Reduza o consumo de bebidas alcoólicas, cafeinadas e refrigerantes que diminuem o calibre das artérias, dificultando a circulação; aumente o consumo de fibras e água/chás.
3. Coma soja: a soja é um alimento de excelente valor nutricional, e dentre os alimentos de origem vegetal, é o que possui melhor teor protéico e a qualidade de sua proteína é comparada à proteína da carne. Estudos mostram que com o consumo de soja, é possível reduzir o risco ou prevenir doenças como as cardiovasculares, osteoporose, certos tipos de câncer como de mama, além de amenizar os sintomas da menopausa, principalmente as ondas de calor.
4. Reponha o colágeno: atualmente existem no mercado vários alimentos enriquecidos com essa proteína que proporciona sustentação às células, mantendo-as unidas. Sua deficiência é notada quando entramos na fase da maturidade (aos 50 anos, o corpo só produz em média 35% do colágeno necessário), com a diminuição da elasticidade da pele, o aparecimento de rugas e o aumento da fragilidade articular e óssea. Estudos mostram que o uso diário de colágeno hidrolisado extraído industrialmente dos ossos, peles e tendões de animais não tem contraindicação, não engorda e estimula a produção do colágeno natural, que perdemos com o passar do tempo. Consuma pelo menos 8g/dia do colágeno hidrolisado em pó.
5. Beba chás derivados da Camellia sinensis: o chá verde, branco, amarelo e vermelho são ricos em polifenóis, substâncias com forte ação antioxidante. Os estudos mostram que essas substâncias são capazes de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e certos tipos de câncer, como o de mama, por exemplo. Além disso, as pesquisas estão mostrando que o consumo regular desses chás aumenta o gasto energético e a oxidação de gordura, ajudando no processo de emagrecimento.