Gordura localizada nunca é bem-vinda. A mais perigosa delas, no entanto, está longe de ser apenas um problema estético. A gordura abdominal, também conhecida como gordura visceral, está localizada entre os órgãos abdominais, como rim, intestino, fígado, e, quando se acumula em excesso, aumenta os riscos de doença do fígado, do coração e de diabetes.
Ela é diferente da gordura subcutânea – que fica logo abaixo da pele. "Geralmente, a gordura visceral deixa uma barriga mais saliente e endurecida, e a subcutânea uma barriga mais mole e disforme", diz Andrea Pereira, nutróloga do Hospital Israelita Albert Einstein.
Depósito de gordura
Leia mais:
Programa de Atividade Física da UEL abre programação até dezembro; confira as atividades
Confira quatro dicas para começar a praticar esportes
Outubro Rosa: mulheres já devem agendar exames
Mulheres são as mais afetadas pela diabetes no Brasil
As células de gordura do corpo estão constantemente enchendo-se e esvaziando-se. E, ao esvaziarem, jogam na corrente sanguínea ácidos graxos e glicerol. A proximidade com o fígado faz com que, primeiramente, essas substâncias se depositem no órgão. "Essas modificações metabólicas decorrentes do aumento da gordura podem trazer diversas consequências à saúde, como o diabetes, hipertensão arterial e problemas cardiovasculares, entre outros", diz a endocrinologista Giselle Barros, da Clínica Vivere Sanus.
Fator de risco
Segundo a cardiologista Beatriz da Silva Costa, do Centro de Cardiologia do Hospital 9 de Julho, o acúmulo de gordura visceral é considerado um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, como o Infarto do Miocárdio (IAM) e o Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Para combater esse mal, o Instituto Nacional para a Saúde dos Estados Unidos estabeleceu valores da circunferência da cintura de 88 cm para mulheres e 102 cm para homens. "Sabe-se que uma perda entre 5% e 10% do peso está associada à melhora dos fatores de risco cardiometabólicos, tais como as taxas de triglicérides, HDL-colesterol e resistência à insulina. Uma redução na circunferência abdominal de 9 cm equivale a uma redução de 30% na gordura abdominal prejudicial", diz Beatriz.
Cintura fina outra vez
Simples mudanças no estilo de vida podem fazer a diferença. Exercícios físicos e redução de peso são os mais efetivos. "Exercícios físicos regulares de moderada intensidade (caminhada) pelo menos 30 minutos ao dia, por cinco dias ou mais na semana, já surtem o efeito desejado, ainda mais se estiverem associados à dieta balanceada e saudável (frutas, vegetais, legumes, grãos integrais, castanhas, peixe, proteínas magras), a boas noites de sono, à redução dos níveis de estresse, à limitação da ingestão alcoólica e à suspensão do tabagismo", exemplifica Beatriz.
No cardápio
Segundo Durval Ribas Filho, médico nutrólogo e presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran), a alimentação com pouca gordura, pouco sal, pouco açúcar refinado e muitos vegetais e cereais integrais auxilia de forma efetiva a combater essa gordura abdominal.
"A soma de alimentos com gordura saturada, açúcares refinados mais o excesso de ingestão de calorias por dia per capita é o que efetivamente contribui para que essa gordura fique depositada no nosso organismo. Já a ingestão de muitas frutas, verduras e legumes, em torno de 300 g a 400 g por dia, são a base para que não haja depósitos de gordura central. Além disso, os cereais integrais, pelo menos três vezes por semana, também contribuem de forma efetiva para o combate do depósito de gordura abdominal", diz Durval, orientando que alguns estudos associam o consumo de ômega 3 – presente nos peixes, na linhaça e no azeite – com a redução da gordura abdominal. (Fonte: Portal Vital / Unilever)