Quando a barriga começa a ficar saliente, a primeira ação prática para eliminá-la é fazer abdominais. Na maioria das vezes, sem orientação, sem fluxo e sem jeito. O problema é que os exercícios para essa região do corpo vão muito além do que deitar-se no chão e subir e descer o tronco, trabalhando a região do abdômem. A musculatura é muito mais complexa nessa parte do corpo e merece atenção especial.
Os músculos do abdômem são apenas alguns dos integrantes do Core. Mas o que é Core? Levada ao pé da letra, a palavra anglo-saxônica seria centro. Portanto, Core, no corpo humano, é o núcleo, que constitui-se pelo complexo abdômico-lombopélvico. 'Traduzindo para o português', são os músculos da parede abdominal, da região lombar e do quadril, a musculatura do tronco, que dá estabilidade ao corpo e é utilizada em quase todos os movimentos.
''O conjunto desses movimentos são responsáveis pelo nosso centro de gravidade, mantendo a estabilidade da coluna e do quadril quando andamos, corremos, respiramos. Quanto mais resistente for o seu Core, maior controle terá sobre seus movimentos, o que se traduz em maior qualidade e eficiência nestes movimentos'', explicou a personal trainer Isabela Ribeiro, 31 anos, da Insight Personal, em Londrina.
Muitas vezes, as dores nas costas que fazem parte do dia a dia da grande maioria da população estão relacionadas à falta de atenção dada ao Core, com hábitos posturais ruins e falta de fortalecimento dessa gama de musculatura.
Por isso, um treinamento esportivo eficiente tem que levar em conta o trabalho com esse núcleo. ''O treinamento do Core tem como objetivo melhorar a habilidade do tronco em suportar os esforços e as forças geradas pelos membros superiores (braços) e inferiores (pernas), de tal forma que os músculos, tendões e articulações possam trabalhar com maior segurança e em posições mais eficazes'', apontou Isabela.
Em todas as atividades físicas, os músculos que compõe o núcleo central são muito exigidos. Sendo assim, o fortalecimento dessa região é imprescindível. Uma das modalidades que mais ganha adeptos é a corrida de rua. Em Londrina, o número de provas aumenta a cada ano e o número de corredores também. De acordo com a personal, o trabalho bem desenvolvido do Core pode render, além de uma potência maior, até mesmo a diminuição no tempo da prova.
''Eles (os músculos) dão a estabilidade, a força e a resistência de que os corredores precisam para subir uma rampa, manter o pique e dar um gás no fim de uma prova. Além disso, protegem a coluna vertebral, absorvendo o impacto da corrida e mantendo a postura correta mesmo quando o cansaço chega. São a base de todos os movimentos'', informou a personal.
O primeiro passo para o treinamento correto deste núcleo muscular é procurar um profissional de educação física para orientá-lo. Ele indicará os exercícios corretos e a forma de fazê-los afim de evitar lesões ou prejuízos à saúde e qualidade de vida.
''A recomendação básica é que se deve treinar o Core de duas a três vezes por semana, mas com consistência, antes ou depois do treino de corrida, por exemplo. Também é preciso enfatizar todos os tipos de contrações musculares, alterando regularmente os acessórios como as bolas e os colchonetes, a posição do corpo, a velocidade do movimento, o volume e a intensidade do treino'', orientou Isabela, que ressaltou que o treinamento tem que mudar de acordo com o estágio em que a pessoa se encontra.
''Em uma fase mais avançada, um ponto fundamental é que ele seja realizado no ambiente da corrida, pois treina-se também o sistema nervoso e os músculos responderão rapidamente ao desequilíbrio. Trocando o chão firme por uma base instável, como colchonete ou tatame, nos movimentos em pé, ou pela bola, nos movimentos sentados, pode se atingir esses objetivos'', complementou.