Um exame simples, acessível e que pode diagnosticar precocemente o câncer de mama - apesar disso, a mamografia não é feita periodicamente por grande parte das mulheres. Descobrir o porquê disso, e intervir para que o exame seja feito regularmente, são os objetivos de um projeto que começa este mês em Curitiba. A informação é da psicóloga e pesquisadora Isabel Scarinci, que há 20 anos atua nos Estados Unidos e viabilizou o patrocínio do programa.
A idéia do projeto, segundo a pesquisadora, é atingir cerca de 500 mulheres, com mais de 40 anos de idade, de bairros carentes da cidade. ''Sabemos que é o câncer que mais mata mulheres no mundo e que essa mortalidade é mais alta em mulheres de baixa renda e nível educacional mais baixo. E o principal fator é por não fazerem a mamografia, o que faz com o câncer seja descoberto já em fase avançada'', explica.
Apesar do patrocínio americano, um total de US$ 200 mil da Fundação Susan G. Komen, o modelo de atuação é brasileiro, do educador Paulo Freire, de envolver a comunidade. Por isso, na primeira parte serão formados grupos de discussões com aquelas que estão em dia com o exame e as que não estão. ''Acredito que assim como lá (nos EUA), entre a população hispana e negra, vamos encontrar aqui no Brasil o medo do diagnóstico como o principal motivo para não fazer o exame'', afirma.
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Na segunda fase, finalizadas as discussões, as próprias mulheres vão decidir qual a melhor estratégia para que passem a abraçar a causa e fazer o exame. ''Envolver a comunidade desde o princípio demanda mais comprometimento, inclusive com a continuidade do projeto'', atesta a psicóloga. Dentro do programa, com previsão de duração de dois anos, pesquisadores e médicos americanos também virão ao Brasil para ministrar workshops.
O projeto tem parceria da secretaria de Saúde de Curitiba, da ONG Amigas da Mama e da Universidade Pontifícia Católica (PUC-PR), onde é coordenado pelas professoras Andrea Silveira e Ilma Siqueira.