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No verão, higiene íntima pede cuidado redobrado

Chiara Papali - Folha de Londrina
31 dez 1969 às 21:33

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- César Augusto/Folha
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Começa com uma ''coceirinha''. Depois vem aqueles sintomas bem conhecidos da maioria das mulheres e que incomodam bastante: corrimento, vermelhidão, inchaço, e às vezes até dor durante a relação sexual e na hora de urinar. É a candidíase, que nos meses de verão faz as mulheres correrem aos consultórios de ginecologistas com mais frequência.

Com o aumento das temperaturas nessa época do ano, é preciso redobrar os cuidados com a higiene, principalmente a íntima. As medidas são bem simples, como tomar mais banhos, usar roupas leves e calcinhas de algodão.

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Nos meses do verão, a frequência de mulheres aos consultórios de ginecologistas com queixas de sintomas de candidíase, como coceira e aumento de corrimento, chega a aumentar em um terço, segundo a ginecologista Carolina Ambrogini, da Unifesp, em São Paulo. ''No verão, as condições ajudam na proliferação de microorganismos, principalmente os fungos, que levam à candidíase.''

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O ginecologista Sérgio Parreira, de Londrina, explica que a candidíase, ou vaginite por cândida, é uma infecção causada por fungo presente na mucosa vaginal e no trato digestório, que cresce quando o meio se torna favorável para o seu desenvolvimento. ''É responsável por 25% dos corrimentos genitais, e, acredita-se que 75% das mulheres têm a infecção pelo menos uma vez na vida'', ressalta.

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Hábitos aparentemente inocentes, como ficar o dia inteiro com o biquíni molhado, criam o ambiente perfeito - quente e úmido - para fungos e bactérias se multiplicarem. ''O uso prolongado por várias horas, ou até mesmo o dia inteiro, de roupas de banho úmidas, é um dos fatores de maior risco para vulvite por cândida'', ressalta Parreira.


Além disso, usar calça comprida e tecidos sintéticos ajuda a abafar a região. ''O melhor é usar roupas mais frescas e largas, como saias e vestidos'', indica a médica. Também deve ser abolido o uso de protetores diários, que ajudam a abafar a região. A ginecologista indica o uso, durante o período menstrual, de absorventes internos, mesmo que não se vá à praia ou à piscina.

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''A recorrência da candidíase é muito alta, portanto a paciente deve procurar o seu ginecologista assim que os sintomas aparecerem para que seja estabelecido tratamento e orientações o mais breve possível'', avalia Parreira.


Produtos ajudam a manter pH

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Para ajudar com os cuidados nessa parte do corpo tão delicada, laboratórios lançaram vários produtos, em forma de sabonete líquido, spray e lenços umedecidos. ''Em geral, o uso desses produtos é benéfico, porque leva as pessoas a terem mais cuidado'', atesta a ginecologista Carolina Ambrogini, da Unifesp, em São Paulo. Ela afirma, ainda, que devem ser evitados por alérgicas, que podem ter reações por conta do cheiro.


Autor do livro ''Infecção genital na mulher'', o professor Sérgio Peixoto, do Hospital das Clínicas e da Faculdade de Medicina do ABC, explica que a região vaginal é ácida, enquanto os sabonetes convencionais, em barra, são alcalinos e fazem espuma, que é irritante. Já os produtos voltados à higiene íntima são mais adequados, pois têm acidez semelhante, mas não devem ser usados todos os dias. Outro alerta: evitar depilação em excesso. ''Os pêlos devem ser retirados no máximo uma vez por semana.''

Para os homens, as dicas são as mesmas, para evitar infecções. O urologista Fernando Almeida, da Unifesp, afirma que não há necessidade de se usar um sabonete específico para a região genital. ''A pele é igual à do resto do corpo. Basta usar água e sabonete. Se fizer mais calor, lavar mais de uma vez ao dia.''


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