Travamento, estalidos, nódulos e dor nos dedos das mãos podem ser sintomas de uma doença que tem crescido nos últimos tempos e afeta principalmente as mulheres, em especial após os 35 anos e nos períodos de gestação. Durante a gestação normalmente é transitório, podendo ser de difícil tratamento após os 35 anos. Nesta fase a cirurgia é o tratamento definitivo.
De nome complicado, a tenosinovite estenosante, também conhecida como ‘dedo em gatilho’, tem sido diagnosticada com frequência nos consultórios médicos.
"A doença envolve os tendões que passam por túneis (polias) dentro dos dedos. Se houver a formação de um nódulo no tendão ou ocorrer um edema na bainha que o envolve, ele então se tornará mais largo, ficando comprimido nesses túneis. Conforme a pessoa mexe os dedos, ela irá sentir um estalo ou escutar um barulho na mão. Nos casos mais graves o dedo pode até travar flexionado", explica o ortopedista Vicente Carlos Franco Macedo.
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Estudo sobre o tema, publicado na Revista Brasileira de Ortopedia, da SBOT, comprova a predominância da doença em mulheres (85%), com idade entre 23 e 83 anos. Sendo que os dedos mais afetados foram o anular (57%) e o médio (42%), principalmente da mãe direita (72%). Todos os pacientes avaliados eram destros.
Todos esses números reforçam os movimentos repetitivos como uma das principais causas da doença. "Esses pacientes tem profissões ligadas ao uso repetitivo de movimentos das mãos, como no caso de digitadores e costureiras", relaciona o médico, que é membro da SBOT.
Neste grupo de maior incidência estão ainda operadores de caixa registradora, trabalhadores de linha de montagem, profissões ligadas ao uso do computador, entre outras que exigem o uso excessivo das articulações dos dedos. "Por estas características, o dedo em gatilho é classificada como lesões por esforços repetitivos (LER) ou as lesões por traumas cumulativos (LTC) e consta na relação de doenças do trabalho", apresenta.
Segundo o médico, algumas doenças também são consideradas como responsáveis pelo desenvolvimento desse tipo de tenosinovite, como a artrite reumatóide, diabetes, hipotireoidismo e algumas infecções (tuberculose, infecções fúngicas, etc.)
"O tratamento mais indicado para ‘dedo em gatilho’ é a infiltração local com esteróides e o repouso das articulações. Em casos mais graves, pode ser necessário um procedimento cirúrgico que consiste na abertura da bainha daquele dedo", explica o ortopedista.
Prevenção
A prevenção pode ser feita pela substituição de alguns equipamentos, como uso de grampeador elétrico, carimbos acolchoados, luvas de gel e também exercício de alongamento, musculação e relaxamentos para mãos e dedos. "Alguns minutos de alongamento durante o trabalho ajuda a relaxar os tendões. Este hábito pode prevenir diversos problemas ligados ao esforço repetitivo", orienta Vicente.