Furos a mais no cinto e uso constante de cintas de modelar não são apenas sinais de um grande problema estético. Além do incômodo no espelho, a gordura abdominal é, acima de tudo, uma questão de saúde. Acumulada no abdome e próxima a órgãos importantes como o fígado, rins e coração, ela pode sobrecarregá-los e comprometer o bom funcionamento do organismo.
Descobrir se aquela "barriguinha de chopp" é perigosa, é fácil: basta medir a circunferência do abdome. Atenção homens com mais de 94 centímetros de circunferência e mulheres acima de 80 centímetros. O risco de desenvolver doenças cardiovasculares é aumentado quando se apresenta essas medidas. Além de prejudicar o coração, a gordura abdominal é responsável por problemas hepáticos.
"A obesidade por si só acontece por fatores genéticos e ambientais, como sedentarismo, dieta errada ou hipercalórica. Para a gordura ser acumulada especificamente em abdome a questão é simplesmente genética, não é nada que alguém fez ou comeu que levou a isto. Ou seja, todos engordam pelo mesmo motivo, mas uns ganham mais barriga que outros por questão genética", explica o médico endocrinologista da Paraná Clínicas, Dilermando Brito.
Leia mais:
Programa de Atividade Física da UEL abre programação até dezembro; confira as atividades
Confira quatro dicas para começar a praticar esportes
Outubro Rosa: mulheres já devem agendar exames
Mulheres são as mais afetadas pela diabetes no Brasil
De acordo com o especialista, a gordura abdominal pode acometer todas as faixas etárias, incluindo as crianças. Em adultos o risco é maior, pois existe a possibilidade da existência de outros problemas concomitantes, como diabetes, hipertensão e problemas cardíacos. A atenção com o tamanho da barriga deve ser redobrada após os 30 anos. "Os cuidados são os mesmos de qualquer paciente com obesidade: dieta balanceada e equilibrada sem calorias em excesso, atividade física regular e acompanhamento médico e nutricional. Exercício abdominal fortalece a musculatura, mas não elimina em nada a gordura do local", detalha.
Apesar de ser mais comum em homens, Brito conta que a gordura abdominal não é exclusiva do sexo masculino. "A mulher costuma ganhar mais quadril e coxas (forma de pera) e homem mais barriga (forma de maçã)". O médico alerta sobre o uso de chás e cremes que prometem eliminar a gordura indesejada. "Nunca e sob hipótese alguma esses produtos devem ser usados no tratamento, pois além de não resolverem o problema ainda oferecem riscos. Se existisse milagre ninguém estaria com 1 kg acima do peso ideal. O médico é o único profissional habilitado para prescrever medicamentos e tratamentos nos casos de gordura abdominal e suas consequências", completa o especialista.