Pesquisa multidisciplinar realizada na Universidade de São Paulo (USP) constatou que a prática regular de atividade física foi mais eficiente para melhorar a qualidade de vida de mulheres na menopausa do que o tratamento com reposição hormonal, combatendo os sintomas típicos do período, como indisposição, fadiga, irritação, insônia, dores no corpo e ondas de calor. O trabalho, que envolveu as Faculdade de Educação e de Medicina, acompanhou 44 mulheres entre 45 e 58 anos.
Parte das mulheres que participaram da pesquisa entrou naturalmente na menopausa e o restante retirou o útero. Durante seis meses, elas tiveram o estado de saúde monitorado pelos pesquisadores e preencheram questionários sobre como estavam se sentindo no período. Para perceber o impacto dos exercícios, as mulheres foram divididas em quatro grupos - o que fez atividade física e tomou hormônios; o que se manteve sedentário e tomou hormônios; o que fez exercícios e tomou placebo; e, por fim, o que ficou sedentário e tomou placebo. A atividade física foi uma hora de bicicleta ergométrica três vezes por semana.
"O que aconteceu foi que somente as que fizeram exercícios tiveram melhora na qualidade de vida", explica Carolina Kimie Moriyama, uma das autoras da pesquisa, que foi publicada no periódico científico Journal of The North American Menopause Society. Segundo ela, as explicações estão relacionadas à liberação de endorfina, substância que provoca sensação de bem-estar, e ao efeito psicológico da interação com outras mulheres, aumentando assim o apoio social e a autoestima.