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Mau hábito

Entenda por que comer em frente a TV faz engordar

Redação Bonde
24 abr 2012 às 09:33

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- Reprodução
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Uma cena muito comum é a de um grupo de jovens sair do cinema e ainda programar um jantar. O problema é que, mesmo sem perceber, durante o filme cada um deles ingeriu um balde de pipocas com cerca de 1200 calorias, além de outro balde de refrigerante. Isso acontece porque quando estão distraídas as pessoas não prestam atenção ao que comem. Estão no "piloto automático". Vão beliscando, beliscando e perdem a noção do volume e do sabor dos alimentos ingeridos, julgando que comeram pouco. É nesse ponto que ocorre a superalimentação (overfeeding) e o ganho de peso. Estudos comprovam que quem come assistindo a programas de TV pode comer até 44% acima do normal.

Já quando nos concentramos no que estamos comendo, o cérebro passa a receber mensagens que sinalizam a ingestão de alimentos e a progressiva saciedade ao final da refeição.

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"Essa interação entre o estômago e o cérebro é realizada através de hormônios específicos, mas dela participam muitos outros sinais como a visão do alimento, o tempo de mastigação e a percepção do sabor do mesmo. Assim, todos esses fatores podem concorrer para que tenhamos bem definido o tempo de saciedade e o momento de parar de comer", explica a endocrinologista Ellen Simone Paiva, diretora do Citen, Centro Integrado de Terapia Nutricional.

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Nos tempos atuais de tecnologia avançada, a internet, os jogos eletrônicos e a TV mobilizam as pessoas como nunca. Tornou-se muito rara a refeição à mesa e com ela a família reunida. Aliás, fazer refeições em si, já é coisa do passado.

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"Passamos a lanchar mais e principalmente comer enquanto fazemos alguma coisa. Essa atitude leva à ingestão despercebida de alimentos. Comemos muito mais na forma de beliscos e não computamos o que comemos. Não é raro encontrarmos pessoas que praticamente não sabem dizer o que comem", conta a médica.


Um hábito que se aprende na infância

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Nossos filhos nos observam e geralmente nos imitam. Não adianta ensinarmos a eles o que não fazer, pois eles invariavelmente seguirão mais os nossos hábitos do que a conversa do "faça o que eu digo e não faça o que eu faço". Por isso, é melhor cuidar dos próprios hábitos antes de querer moldar os deles.


A primeira geração dos nascidos na era do computador está agora tendo filhos e precisa de orientação.

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"Muitos deles têm hábitos alimentares completamente irregulares e não desgrudam de suas "máquinas maravilhosas" nem sequer para comer, imaginem os bebês desta geração. Não estamos falando em fixar horas de navegação na internet e não estamos falando em educar as crianças. Queremos apenas lembrar de que é muito importante voltar para a mesa, olhar para a comida e ter noção do que estamos mastigando. A hora ideal para fazer isso é cedo, de preferência na fase da papinha", alerta a endocrinologista.


Nessa fase da vida, a melhor dica para os jovens papais e mamães é evitar dar a papinha para as crianças na frente da TV, principalmente evitar que os pequenos comam sem prestar atenção no que estão fazendo, por mais seletivos e difíceis de aceitar a comida que eles possam ser.

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"Quando condicionados a comer assistindo desenhos ou outros programas infantis, eles passam a comer somente dessa forma, sem prestar atenção. Sem saborear ou se darem conta do que estão comendo", avisa a diretora do Citen.


Quando os maus hábitos já estão formados

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Todos os dias, percebemos a dificuldade das pessoas mudarem seus hábitos alimentares. "Mas nem tudo está perdido quando estamos lidando com crianças e adolescentes, mesmo que já desorganizados do ponto de vista alimentar. Entretanto, é importante saber que com crianças e adolescentes não devemos ir com tanta sede ao pote. Precisamos entender a fase em que eles estão e os interesses deles. Muitas vezes, temos que esperar por eles, ou, outras vezes, estimular os pais a adotarem atitudes discretas e pontuais que poderão levar a mudanças suaves e progressivas", orienta a médica.


É possível, sugere a diretora do Citen, reduzir o número de computadores espalhados pela casa e não permitir que comam nos quartos. "Podemos também restringir os pequenos lanches e os beliscos que tiram deles a sensação de fome. Podemos alegar tudo, menos que a mudança se deve à presença do computador, pois nesse caso só conseguiremos uma reação intempestiva contrária que nos fará inimigos para sempre por estarmos contra o computador. Dessa forma, nada mais arrebatador do que a mais primitiva das sensações:a fome. Quando ela bate, não há MSN que segure a turminha plugada e eles cedem à força da necessidade de comer. É nessa hora que devemos estar a postos com uma bela refeição que seduza mais que os joguinhos eletrônicos de todos os dias", ensina a endocrinologista.


Quando abrir uma exceção

"Quando a família está reunida assistindo TV em situações especiais (por exemplo, um jogo da Copa do Mundo), concordamos que a ocasião pede pipoca, sorvete, bolinho de chuva, sucos e muitas outras guloseimas. Mas podemos fazer isso também no intervalo do filme ou do jogo, sentados à mesa, comendo e convesando amenidades", recomenda Ellen Paiva.


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