O 27 de novembro é o Dia Internacional de Combate ao Câncer. Momento oportuno para alertar quanto às novas estatísticas da doença, que acomete cada vez mais pessoas no mundo. Um dado que vem chamando atenção da comunidade médica é o crescimento da incidência do câncer de mama -tipo mais comum entre as mulheres- na faixa etária de 30 a 35 anos. "O câncer de mama em mulheres com menos de 35 anos vem apresentando um crescimento contínuo na última década e triplicou nos últimos três anos", diz a radiologista Dra Cristiane Mendes, do Image Memorial/Dasa, em São Paulo.
"Em 2002, aproximadamente 5,2% dos tumores eram diagnosticados em mulheres abaixo dos 40 anos. Um estudo recente feito na região Sul do Brasil mostrou que 16,8% das mulheres avaliadas tiveram câncer de mama antes dos 35 anos - a maior parte delas da zona urbana", informa a especialista, que considera o novo perfil da doença um motivo de apreensão. "Os tumores que acometem mulheres abaixo de 35 anos são, em sua maioria, muito agressivos, maiores e com chances aumentadas de apresentarem recorrência. Soma-se a isto, o fato de que mulheres jovens possuem mamas densas, o que dificulta a identificação precoce por meio da mamografia", explica.
Ressonância magnética
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Neste novo cenário, o exame de ressonância magnética das mamas figura como o principal recurso para rastreamento do câncer. "A mamografia continua sendo o método soberano e primeiro exame a ser feito em mulheres a partir dos 40 anos, porém a densidade das mamas mais jovens requer um método com maior sensibilidade para a detecção precoce da enfermidade", explica. O diagnóstico e conseqüente tratamento do câncer de mama no seu estágio inicial aumenta significativamente as chances de cura em mulheres jovens. "A ressonância magnética também tem papel importante no detalhamento de um tumor de mama já identificado pela mamografia. Por meio dela verificamos a extensão exata da lesão".
Exames da mama, quando fazer?
As mulheres devem realizar a mamografia pela primeira vez entre os 35 e 40 anos e se submeter a controles anuais a partir dos 40 anos, porém a radiologista alerta para a questão do histórico familiar e também dos chamados fatores de risco. "Terapia de reposição hormonal, alterações genéticas hereditárias, consumo de álcool, exposição a radiação ionizante e maternidade tardia são considerados fatores de risco. Já a ocorrência de câncer em um familiar de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) dobra o risco. A ocorrência em dois familiares de primeiro grau aumenta o risco em cerca de cinco vezes".