Boa forma

Cansou da academia? Então emagreça pedalando ao ar livre

16 mar 2011 às 08:57

Algumas pessoas não conseguem conviver com a rotina de uma academia. Não gostam do lugar fechado, da sensação de se estar preso, da música alta... mas, também não podem descuidar da saúde e, por isso, vão buscar alternativas ao ar livre. Dentre essas, uma das opções que mais oferecem benefícios é o ciclismo.

"Os principais benefícios do ciclismo são a manutenção e o aprimoramento do sistema cardiopulmonar, isto é, o aumento do potencial do coração de bombear maior volume sanguíneo para os músculos em ação com menos esforço. Além da melhora da capacidade dos pulmões para absorver mais oxigênio", explica Laerte Sapucahy, mestre em Ciência da Motricidade Humana e coordenador da academia A!Body Tech.


André Campos, especialista em bike e treinamentos, inclusive ao ar livre, da academia Runner, vai além: "é um esporte motivador, que transmite sensação de liberdade. Há também melhora do sistema cardiovascular, um treinamento bastante intenso de perna, diminuição de gordura, emagrecimento e trabalho da percepção corporal em espaço, porque foca-se bastante no equilíbrio", afirma.


Do lado de dentro ou de fora?


Há algum tempo, foi desenvolvido um método para academias, o chamado ciclismo indoor, que tem vantagens como a música e os colegas que participam de grupos onde um acaba motivando o outro.


"As práticas ao ar livre são sempre mais prazerosas, porém mais perigosas. Dentro de uma sala ou academia, as condições de segurança, controle das variáveis de treinamento e clima são muito maiores. Contudo, a monotonia de estar parado no mesmo local pode atrapalhar", observa Sapucahy.


Ficar parado em uma bicicleta, muitas vezes com um banco desconfortável, exige bastante trabalho mental. Por isso, é mais indicado estar em contato com o que oferece a natureza. "Na rua, tem aquela sensação de facilidade em pedalar, o vento, a adrenalina e a emoção de observar a velocidade. Tudo isso traz um pouco mais de estímulo", analisa Campos.


Em busca de alternativas


O ciclismo ao ar livre costuma ser associado a paisagens naturais, típicas de cidades do interior. Quem vive em centros urbanos, portanto, precisa ir atrás alternativas para poder praticar o esporte. Opções existem, sim, mas é preciso muita atenção com a segurança.


Sapucahy dá orientações: "é preciso buscar, principalmente, locais onde exista segurança, como uma pista reservada de automóveis, piso adequado, policiamento, suporte para emergências, telefones etc.".


E, se for pedalar, não vá sozinho. "É possível praticar em algumas universidades; no interior, têm estradas em que se pode aproveitar alguns trechos. Mas, tem que ter muito cuidado, principalmente nas primeiras vezes em que se sai para pedalar. É preciso equipamento, ir com alguém experiente. Não se deve cair de pára-quedas, é preciso ter suporte", alerta Campos.


Uma companhia é importante também porque, de acordo com Sapucahy, imperícia, imprudência, material em mal estado de conservação, além de choques e desníveis na pista podem resultar em feridas, torções, luxações ou até fraturas mais graves.


Campos chama a atenção para outro problema relacionado ao ciclismo nas cidades: "Muitos agem como se estivessem em um carro. É preciso cuidado porque, na rua, as pessoas nem sempre respeitam os ciclistas, assim como motoristas e caminhoneiros. Quanto mais se minimizar acidentes, melhor vai conseguir manter a integridade", orienta o especialista.


Para quem quer começar


Quem não tem pretensões de competir no ciclismo não precisa de muito para se iniciar no esporte: "uma bicicleta simples; óculos por causa da claridade e da sujeira; sapatilha é importante dentro de um contexto, dá mais técnica dentro da pedalada e luva. O principal, porém, é o capacete. Esse item deve ser comprado junto com a bicicleta. Não adianta pagar caro em uma bicicleta e fechar a mão na hora do capacete. Não se deve economizar com segurança", sentencia Campos.


Aqueles que buscam mais performance também precisam dos itens citados acima. Mas, existem alguns fatores a mais. Sapucahy explica que cada tipo de ciclismo, como mountain bike, speed ou BMX, demanda materiais em particular. Mas, no geral, é preciso:


Bicicletas devidamente ajustadas para o tamanho do praticante;
Computadores de bordo para verificação da cadência, quilometragem e velocidade;
Material de segurança: capacete, luvas, bermuda acolchoada, sapatilhas e garrafas de água.


Outro pré-requisito é passar por um médico para saber é possível praticar o ciclismo sem problemas. Não que seja o caso de haver contra indicações, mas, em alguns casos, adaptações são necessárias.


"É preciso cuidado com pessoas que têm patologias relacionadas ao quadril e à coluna, por causa da posição. Existem, porém, adaptações que podem ser feitas na bicicleta. O ideal é se sentir bem em fazer a atividade. A pessoa se adapta. Em alguns casos, é possível até fortalecer partes do corpo que têm problemas. É tudo uma questão de ajuste", afirma Campos.


Pedalar para emagrecer


Aqueles que buscam perder peso com o ciclismo devem ter atenção com a carga da atividade. "Geralmente, é preciso trabalhar entre 65% e 80% da freqüência máxima por mais de 40 minutos, a princípio, indo até 80. O objetivo é não ficar ofegante (sem a sensação de que falta ar) e, a grosso modo, gastar energia da gordura. Isso deve ser feito, no mínimo, três vezes por semana. E tem que controlar a alimentação, senão fica muito difícil", orienta Campos.


O condicionamento físico de quem pratica o ciclismo, no momento em que começa a fazer a atividade, é o que vai direcionar o treinamento, explica Sapucahy. "Treinos contínuos e intervalados devem ser combinados em diferentes fases do treinamento, com intensidades diferentes para cada uma delas", completa o especialista.


Aqueles que são sedentários e querem mudar essa condição, não precisam ter medo do ciclismo. "O esporte pode ser e adaptado para qualquer tipo de pessoa, seja as que estão começando, são intermediárias ou estão em nível avançado. Adapta-se conforme a necessidade. Se está começando, é uma questão de fazer menos tempo de treino, para que haja adaptação de articulações, do organismo e da pessoa à bicicleta", conclui Campos.


Especialistas consultados: Laerte Sapucahy (isapucahy@abodytech.com.br) e
André Campos (contato@acperformance.com.br).

(Fonte: Xenicare - Programa de Suporte ao Tratamento para Perda de Peso da Roche Químicos e Farmacêuticos)


Continue lendo