Para começo de conversa, eles são proibidos. Os anabolizantes não devem ser vetados apenas pelas pessoas que desejam participar de competições de alto rendimento. A restrição vale para qualquer um que tenha boa saúde e queira apenas encurtar o esforço para conquistar formas mais definidas e com mais músculos. "Os anabolizantes têm o uso permitido só em casos muito raros, como o dos homens que sofrem de hipogonadismo (deficiência que retarda ou impede o desenvolvimento das características sexuais, como o crescimento dos testículos e do pênis)", afirma a nutróloga Melina Gouveia Castro, especializada em Medicina Esportiva.
Na prática, essas substâncias não oferecem nenhum benefício além do que você conseguiria treinando normalmente. A diferença está apenas no tempo em que os resultados começam a aparecer (e a sumir quando o consumo é, felizmente, interrompido). Cerca de um mês depois de treinar, já é possível perceber o aumento nos músculos de uma pessoa que consome esteróides. "Os anabolizantes agem aumentando a síntese de proteínas realizada pelo organismo (as proteínas são os nutrientes responsáveis pela construção de massa magra). Com isso, aumentam os músculos, a força e a potência do aluno", diz Milena. Com mais força, você agüenta pegar mais pesado nos exercícios e o ciclo se repete.
Mas essa gincana é muito arriscada e tem prejuízos tão garantidos quanto o aumento de músculos. No caso das mulheres, o aumento de pelos, a interrupção da menstruação e o engrossamento da voz são certos. Nos homens, há o crescimento das mamas, porque a ingestão de anabolizantes induz o organismo a diminuir a produção dos hormônios masculinos. "As mulheres sofrem o que chamamos de virilização e, mesmo parando de tomar anabolizantes, ela vai continuar com a voz grossa para sempre", diz Melina.
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Se a boa forma chama a atenção, a saúde de quem toma anabolizantes é reprovada em qualquer exame clínico simples. Os esteróides provocam um rebuliço no seu metabolismo a ponto de causar uma pane geral em forma de câncer (no fígado ou nos testículos) ou de infarto. Hipertensão, aumento do colesterol ruim, alterações de humor e o amarelamento da pele, devido à sobrecarga do fígado.
Apesar dos perigos, muita gente insiste em experimentar esse tipo de produto. E fica difícil reconhecer quando o consumo acontece, porque a única diferença consiste na velocidade com que os resultados aparecem. "Um educador físico consegue notar se tiver acesso à ficha de treino do aluno. Já um leigo só desconfia de que algo está errado caso conheça o histórico do aluno. Se ele era esguio e, de repente, ficou forte demais é melhor desconfiar e ter uma conversa", recomenda a médica.
E não se iluda com desculpas sobre os efeitos da abstinência causada pelos anabolizantes. As drogas, em si, não viciam. A dependência consiste nos efeitos que elas trazem, aumentando os músculos em pouco tempo mesmo em pessoas que nunca tiveram o hábito de praticar musculação. "A substância não vicia, mas sim o efeito que ela provoca", afirma a nutróloga.
Fonte: Minha Vida, Saúde, Alimentação e Bem-estar