São antiéticas as citações publicitárias que certas empresas do mesmo
ramo fazem umas às outras, mencionando-as como ``a concorrência´´ e de
forma depreciativa. Seria mais saudável se partilhassem conhecimentos, visando
o progresso comum - justamente por operarem na mesma faixa de mercado - e
o bem da freguesia.
Os que atiçam seus parceiros de negócios por tal método talvez não saibam que
a clientela percebe essa quebra de decoro. As agências de criação têm
responsabilidade nisso, porque são as que produzem as mensagens
publicitárias, e ao valer-se de tal artifício - a pedido do cliente a que servem ou
por conta própria - sabem que estão gerando intriga. Quem é citado com
desdém se robustece e se torna credor.
Um anúncio deve naturalmente exaltar o produto, e se este é bom, suas
qualidades bastam-se por si mesmas. Quem usa o termo ``concorrência´´, e
ainda mais em tom pejorativo, acaba fazendo propaganda inversa, além de
ganhar antipatia.
Imagino (baseado em minha reação pessoal) que o público tende a reagir a
favor de quem é atingido gratuitamente. Ora, concorrentes não existem, porque
são empresas ou instituições atuando em idêntico círculo de clientes, portanto
companheiras.
A busca e difusão da melhoria de um produto ou serviço é salutar e orienta a
freguesia. Deve, portanto, visar a satisfação do usuário e consumidor, mas sem
provocar. E vender mais barato é uma boa estratégia, porque eleva o volume de
vendas e resulta em ganho maior. Assim mesmo deve ser apenas um apelo por
mais renda e não uma eventual intenção de prejudicar os que atuam na mesma
área. Importa muito a intenção, porque aquilo de bom ou de mau que se
semeia retorna ao semeador com a mesma intensidade. Que cada qual, em
qualquer negócio, propague o que seu produto tem de especial, mas com
elegância. Operando em clima sadio todos ganham.