As vendas de imóveis na planta têm apresentado crescimento em Londrina, o que demonstra que os interessados fecham o negócio antes mesmo do início da construção da obra. Empreendimentos na cidade estão sendo totalmente vendidos em prazos que chegam a 45 dias depois do lançamento, conforme dados fornecidos pelas imobiliárias. Em Curitiba pelo menos metade dos imóveis lançados durante o ano passado foi vendida na planta. A Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR) estima que o índice seja semelhante em todo o Estado.
O professor universitário Samuel Fabre Sanches queria oferecer uma nova moradia à família. A valorização crescente do imóvel na planta foi o que o levou a optar pela compra de um imóvel antes mesmo dele ser lançado. ''Quando terminar a construção, o comprador tem uma propriedade mais cara do que pagou'', avalia. Segundo Célia Catussi, gerente regional da Construtora e Incorporadora Plaenge, o índice de valorização do imóvel construído em Londrina - do lançamento à entrega - é de cerca de 20% sobre o valor pago. No entanto, ela acredita que esse percentual deve aumentar mais durante este ano.
De acordo com a gerente, a construtora comercializa quase todas as unidades ainda na planta. ''Quando entregamos um empreendimento raramente temos unidades à venda'', observa Célia. Já a imobiliária CRV - que comercializa imóveis da Construtora Yticon - vendeu 800 imóveis no ano passado, dos quais 500 ainda estavam na planta. Segundo o diretor da empresa, Celso Roberto Vignadelli, houve um aumento de 50% nas comercializações feitas pela modalidade no ano passado. ''Esse crescimento é o que está alavancando as vendas'', diz.
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A avaliação ainda é que o comprador tem mais garantias. ''Quando o cliente recebe o imóvel, se algo estiver errado, o problema é sanado. Já quando o imóvel é usado, muitas garantias que a construtora poderia oferecer já não existem mais'', pontua o gerente de lançamentos da CRV, João Henrique Sampieri. Conforme José Ioner Zanoni Júnior, gerente da Imobiliária Raul Fulgêncio - que comercializa os imóveis lançados pela A.Yoshii e pela Vectra - as vendas de imóveis na planta não só aumentaram como estão acelerando os negócios. ''Antes, vendia-se tudo até a entrega. Hoje, estamos batendo recordes de venda de imóveis com média de R$ 600 mil.''
Outra vantagem, na sua opinião, é que comprando o imóvel na planta o cliente pode personalizar dando palpites em pequenos detalhes. Antes de finalizar a construção do apartamento, por exemplo, ele pode sugerir a cor da parede ou o tipo de piso. ''E é uma forma de poupar forçadamente, uma moeda que tem valorização maior do que a própria poupança'', avalia Zanoni Júnior.
O empresário Daniel Vieira Silva adquiriu, no ano passado, um apartamento com previsão de entrega em 2013. ''Quis fazer um negócio que coubesse no meu bolso. (Comprando na planta) Até pegar a chave, já consegui quitar o meu imóvel'', comenta. Silva já tinha uma casa própria, que incluiu no negócio do novo apartamento. Até a obra ser entregue ele e a esposa, Ana Paula, irão para um imóvel alugado. E mesmo trocando a casa por um apartamento, o empresário acredita ter feito um bom negócio por causa da valorização do local onde o empreendimento está sendo construído.