Em projetos arquitetônicos que cada vez mais privilegiam a integração dos ambientes, a iluminação assume papel fundamental na criação de cenas que individualizam ou unem os espaços de acordo com a intenção de uso. A mesma sala acolhe o estar, o living e até mesmo o jantar. A cozinha integrada muitas vezes faz parte da ''paisagem'', exigindo luz diferenciada que permita o preparo dos alimentos.
''Se a iluminação é inadequada, os espaços são mal aproveitados'', diz a arquiteta e lighting designer Isabela Figueiró. Segundo ela, um bom projeto luminotécnico deve possibilitar vários cenários para o mesmo ambiente, diversificando o uso e potencializando os elementos decorativos. O profissional responsável também especifica a distribuição dos pontos de luz, a estrutura e os tipos de lâmpada mais adequados para diminuir o consumo de energia e ainda propõe soluções para aproveitar a iluminação natural.
A luz pode ser trabalhada de três maneiras diferentes. A iluminação geral (ou difusa) é aquela que distribui a luminosidade por igual em todo o ambiente, quase sem sombras. É ideal para áreas de trabalho, como cozinha ou escritório, além de pontos de transição onde as lâmpadas - mais econômicas - ficam acesas por muito tempo.
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Para valorizar elementos arquitônicos, peças de mobiliário, objetos de decoração ou obras de arte, a melhor opção é o uso da luz pontual ou direta. São lâmpadas com menor ângulo de abertura que podem ser direcionadas para focos específicos, criando cenários.
Já a iluminação indireta é aquela em que a fonte de luz é ''escondida'', como por exemplo as lâmpadas posicionadas em sancas de gesso ou atrás de móveis. De acordo com Isabela, esse recurso torna o ambiente mais aconchegante e intimista, sendo utilizado em áreas como dormitórios ou home theaters.''Esses três tipos de iluminação podem estar no mesmo ambiente para ser usados em momentos diferentes'', explica.
Antes encarados como principal fonte de luz, os lustres continuam em alta nos projetos, mas com a função principal de decorar, valorizando o ambiente através do design das peças.
A iluminação ''embutida'' é uma forte tendência apontada por Isabela. Entre as novidades que começam a se popularizar, ela cita os leds, formados por pequeninas lâmpadas e que, pelo desenho flexível, se adaptam a diversas criações. Outras vantagens do produto são o reduzido gasto de energia, a durabilidade - de aproximadamente 50 mil horas - e a característica de ser a mais branca fonte de luz artificial.
Foto 1: O home theater do apartamento projetado por Marilda Marchiori e Zeca Repette ganhou iluminação especial para valorizar a criativa parede de petit pavê, com possibilidade de dimerização para controlar a luz. No restante da sala, os arquitetos optaram por lâmpadas que criam o clima de aconchego necessário à utilização do espaço
Foto 2: Os spots direcionáveis podem ser focados em diferentes objetos, dando flexibilidade à iluminação do living do apartamento. Com design italiano, o tolomeu oferece luz para leitura
Foto 3: No quarto idealizado por Marilda Marchiori e Zeca Repette, o destaque são as lâmpadas frias embutidas em caixa de vidro jateado posicionada no espelho. Nas laterais da sanca do teto, as lâmpadas valorizam a madeira utilizada e deixam o ambiente mais intimista. Na mesa de cabeceira, a luminária facilita a leitura
Foto 4: No escritório projetado por Isabela Figueiró, as lâmpadas foram transformadas em objeto decorativos em composição com a parede revestida de tecido
Foto 5: A iluminação pontual valoriza as plantas do jardim da área de lazer e cria interessantes efeitos de sombra na parede. O projeto luminotécnico é de Isabela Figueiró em projeto arquitetônico de Geise Meire de Carvalho