"O ambiente é como o cartão de visitas do estabelecimento, uma prévia do que está por vir, no momento da refeição. A aparência importa na hora de escolher onde comer. Um cliente que chega a um restaurante e se depara com um ambiente escuro, pouco iluminado, imagina que o aspecto da cozinha e dos pratos é o mesmo. Um restaurante mal projetado passa a impressão de que a refeição terá o mesmo aspecto", diz a arquiteta Ana Paula Naffah Perez, diretora de projetos da C + A Arquitetura e Interiores.
A preocupação com o ambiente está presente no projeto que a C + A finalizou, recentemente, para o interior do restaurante e da lanchonete do Clube Atlético Monte Líbano. "O trabalho, realizado em parceria com o arquiteto Sami Bussab, diretor da Desígnio Arquitetura e Urbanismo, que desenvolveu todo o projeto de arquitetura, foi desafiador", conta Perez. Ela explica que, em projetos de restaurantes, bares, lanchonetes, o ideal é que o arquiteto trabalhe na concepção de um lugar desde o zero, ou seja, na criação e idealização. "No nosso caso, atuamos na reforma de dois estabelecimentos que já existiam: a lanchonete e o restaurante do Clube. A reforma de um estabelecimento comercial que já está em funcionamento é muito mais desafiadora, pois é preciso incorporar ao projeto de arquitetura todos os problemas existentes decorrentes do funcionamento, visando solucioná-los. Mesmo criando um foco novo, um novo modo de funcionamento, não podemos ignorar o público que já frequenta o local, suas tradições e o tipo de comida servida. É necessário fazer com que todos esses aspectos se harmonizem", explica a arquiteta.
Ana Paula Perez explica que para fazer um bom trabalho, foi preciso pesquisar muito. "Almoçar no local, conversar com os proprietários, com os funcionários e com os clientes foi de extrema importância para que o trabalho final saísse bem feito e alcançasse o resultado esperado", observa.
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Uma série de detalhes
"Em projetos de restaurantes e lanchonetes, é muito importante utilizar pisos que não escorreguem - para não prejudicar o trabalho dos garçons e a passagem do público - o distanciamento ideal das mesas para passagem de deficientes físicos, obedecer às regras da vigilância sanitária para a cozinha, estabelecer ventilação constante para eliminar a proliferação de bactérias do ambiente, dentre outras características particulares de cada estabelecimento", diz a arquiteta Ana Carolina M. Tabach, diretora de projetos da C + A Arquitetura e Interiores.
Cada restaurante tem "uma cara diferente", portanto, não há um padrão ideal para este tipo de estabelecimento. "Às vezes, os objetos expostos compõem muito bem o interior do restaurante, em outros, a própria construção é o principal atrativo", conta Ana Carolina.
A pintura do restaurante é um detalhe muito importante. Para encontrar a cor certa é preciso compreender que cada tonalidade transmite sentimentos que podem até mesmo fazer o cliente perder o apetite. "A iluminação dos diferentes ambientes do restaurante também precisa ser muito bem pensada. É desconfortável para o cliente fazer a refeição em um local escuro, porque não se pode enxergar a comida. E a visão é essencial para o melhor aproveitamento do sabor dos alimentos", complementa a arquiteta.
Serviço:
C+A Arquitetura
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