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Símbolos

Praça da Imigração, o Japão na paisagem urbana

Carolina Avansini - Folha Casa & Conforto
31 dez 1969 às 21:33

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- Divulgação/Olívia Orquiza
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Resultantes de um minucioso trabalho de pesquisa, as referências aos tradicionais jardins japoneses, presentes em todos os elementos da Praça do Centenário da Imigração Japonesa Tomi Nakagawa, em Londrina, são facilmente percebidas por quem passa pelo espaço inaugurado no mês passado

Mais sutil é a integração de toda essa simbologia à paisagem urbana, através da linguagem contemporânea utilizada para inserir a praça no entorno. O projeto arquitetônico revela, ainda, que a escolha dos materiais foi fundamental para dar agilidade à obra e proporcionar o resultado esperado.

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De autoria do escritório da arquiteta Marize Cecato, que trabalhou em parceria com as também arquitetas Olívia Orquiza, Cristina Cardoso e Leandra Porto, o projeto foi concebido a partir de algumas condicionantes. O monumento projetado pelo artista plástico japonês Yutaka Toyota foi o ponto de partida. Com base numa pequena peça em aço inox com a idéia volumétrica da obra, enviada pelo artista, as arquitetas fizeram todo o projeto do monumento, concebendo a praça para que ele pudesse ser apreciado.

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Entre os elementos simbólicos idealizados por Toyota, estão as ondas que simbolizam a passagem do tempo, a água cujo caminho remete à trajetória do povo japonês no Brasil e a proa do navio Kasatu Maru. A utilização da linguagem arquitetônica contemporânea e a existência de um plano livre com espaço para até 4 mil pessoas, além da ausência de cercas e obras construídas na praça foram as outras condicionantes. Por essas características, o piso dos diversos espaços ganhou atenção especial no projeto.

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Na pavimentação interna da praça, um produto foi desenvolvido especialmente para possibilitar a expressão dos desenhos dos jardins de areia comuns no Japão. Chamados de paver (pronuncia-se peiver), os blocos de concreto fabricados pela Blocomix foram produzidos em tamanhos e cores diferentes, possibilitando a referência aos tradicionais jardins nipônicos.


''Os desenhos remetem à dissipação da energia a partir da água'', explica Marize. Os quatro tons dos blocos foram misturados aleatoriamente, criando o efeito de movimento. O paver Mosaico foi aplicado em quatro mil metros quadrados da praça. Outros dois mil metros foram pavimentados com paver comum.


O arenito, típico da região Norte do Paraná, reveste alguns caminhos nos quais as arquitetas quiseram criar texturas diferenciadas. A matéria-prima está presente na forma de pedras soltas que criaram um lago seco. No piso do gazebo que remete à cerimônia do chá, o arenito bege filetado reproduz o desenho dos tatames. A pedra aparece ainda na pista de reflexologia, nos seixos rolados em formato de espiga.

A praça conta também com um painel em granito de 28 metros de comprimento e 2,40 metros de altura, com uma mensagem em homenagem aos pioneiros. Na ponte, onde é possível apreciar todo o entorno, as arquitetas optaram pelo revestimento Ekko, da Castelatto.


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