Escolher o melhor piso para os ambientes da casa não é tarefa fácil. Deve-se levar em consideração qual o uso que o espaço terá. Muito importante também é a qualidade do produto. "É bom consultar um bom profissional que conheça as marcas. O cliente pode pedir uma consultoria, por exemplo, que se paga por hora, e o arquiteto ajuda a escolher os materiais", esclarece a arquiteta Dione Garros.
Os riscos de comprar um material de qualidade duvidosa são muitos: ele pode ser empenado – significa que não é alinhado, com irregularidades no centro ou nas pontas. Ou ainda pode ter falhas na tonalidade. A dica é verificar o material assim que recebê-lo. Caso o produto apresente defeitos, o código consumidor oferece a garantia de 90 dias a partir da data impressa na nota fiscal.
Um ponto muito importante é a metragem, recomenda-se adquirir ao menos 10% a mais de revestimento para eventuais cortes, quebras, futuras reformas ou ainda caso o produto não esteja mais disponível no mercado na mesma textura ou tonalidade. A aplicação de qualquer tipo de piso dever ser feita por mão de obra qualificada.
Confira abaixo os principais tipos de piso e indicações de uso para cada um:
Cimento queimado
Este tipo de revestimento oferece um visual rústico e contemporâneo. Mas tem lá suas controvérsias, pois as trincas são inevitáveis assim como o efeito manchado. A arquiteta Dione Garros conta que utiliza no interior de residências em casas de campo e alerta para a escolha deste tipo de piso: "Cuido para não usar cimento queimado em áreas externas, pois ele acaba rachando e não tem durabiliade muito grande".
Duas alternativas podem ser buscadas no mercado: o cimento polimérico ou as massas pré-fabricadas. Outra saída é a massa caseira, que pode ser preparada por um mestre de obras experiente. A vantagem do cimento polimérico é o aditivo que garante maior elasticidade e aderência do cimentado. Massas pré-fabricadas à base de pó de limestone ou de quartzo têm boa resistência a trincas.
Piso cimentício
Por não ter rejuntes e facilitar a limpeza, o acabamento de cimento queimado é muito apreciado em pisos e paredes de cozinha. No entanto, respingos constantes de gordura podem manchar o revestimento, uma dica é usar azulejos ou placas de inox próximas ao fogão. Sobre o piso cimentício você também precisa saber:
Porcelanato
O porcelanato é o queridinho dos arquitetos e dos clientes. São vários os motivos: alta resistência à abrasão, durabilidade, grande variedade de tons e texturas. As marcas que fabricam este tipo de piso cerâmico inspiram-se em outros elementos como pedra, madeira, cimento, metal, couro e tecido para formar uma gama de opções. "Às vezes a gente acaba optando por este piso porque tem varios modelos pra escolher" , revela a arquiteta Sabrina Sbardelotto.
As placas vêm em diversos tamanhos. A porosidade quase nula do porcelanato o torna bastante impermeável. Sua instalação é relativamente rápida, mas como a maioria dos pisos, requer a regularização do contrapiso antes da aplicação.
Os três tipos de porcelanato mais comuns no mercado são:
Técnico, polido ou natural – é a versão mais comum do porcelanato. Possui um brilho superior ao das pedras naturais, com reflexos. Deve haver cuidado na escolha de onde colocá-lo, pois é escorregadio.
Acetinado ou mate – É fosco e gera menos desconforto visual de frieza.
Rústico - é antiderrapante, mais usado em áreas externas. A limpeza é um pouco mais dificil, por isso não é muito indicado para cozinha, pois retém gordura com mais facilidade.
Onde usar
Este tipo de piso pode ser aplicado em ambientes internos ou externos. Seu uso é muito amplo, tanto na cozinha quanto no banheiro, assim como em salas e quartos. Cores escuras e texturas com aparência amadeirada transmitem conforto. As cores claras dão impressão de amplitude.
"No banheiro não gosto de usar o porcelanato liso e nem antiderrapante. Procuro usar o acetinado sem brilho, com alguns detalhes e ranhuras, a limpeza é mais fácil"assoalho, revela a arquiteta Dione Garros. A arquiteta Erika Kupac considera a manutenção do porcelanato maravilhosa e indica onde gosta de aplicar este tipo de piso: "Uso principalmente na áreal social, integrando os ambientes, levo desde o hall a sala de jantar e dependendo do tipo de projeto e do padrão eu coloco até na cozinha", aponta a arquiteta. "Gosto dos padrões marmorizados e que tenham uma textura diferenciada. Os rústicos uso na parte de lazer, churrasqueira e áreas de convivência", acrescenta.
Cuidados para a manutenção
Pisos cerâmicos
Pisos cerâmicos recebem a mesma orientação do porcelanato. A arquiteta Dione Garros prefere utilizar as peças retificadas, que passam por um processo mais rígido de qualidade e possuem medidas alinhadas, seguindo um padrão.
"A vantagem de usar azulejo retificado é que é necessita de menos rejunte e pode-se escolher um de qualidade melhor, como o epóx", explica Dione. Quando as peças não são retificadas a aplicação exige um espaço maior entre um azulejo e outro, de 2 a 3 ml, para disfarçar a diferença entre elas. Colocando mais rejunte é mais fácil de escurecer a área aplicada.
Pisos de madeira
Assoalhos de madeira maciça são nobres e mais caros. O mesmo para taco e parquês, também fabricados de madeira natural. Opções como laminados e carpete de madeira são alternativas, pois misturam outros materiais que dimuem o custo sem perder qualidade do produto.
Onde usar
Em salas de estar, jantar e quartos o piso de madeira dá uma sensação maior de conforto. Os principais tipos de pisos de madeira são:
Assoalho ou taboão - O conforto térmico e a durabilidade são as principais vantagens. Quando bem instalado o tempo de vida útil deste piso pode chegar a 30 anos ou mais. Para a instalação é necessário um contrapiso rebaixado, geralmente em 2 cm. Ele também deve ser impermeabilizado, plano e bem curado. A maderia deve receber uma proteção à base de solvente ou de água, com efeito fosco ou brilhante.
Mais importante que escolher o tipo de madeira é verificar sua procedência. Deve-se observar se o produto passou por um processo de secagem correto e se é certificado. Peça garantias sobre a secagem da madeira em estufa para evitar a compra de material verde.
Uma opção interessante é o assoalho de Bambu. Além de ser uma matéria-prima renovável, é resistente. É um tipo de assoalho laminado, composto de três lâminas maciças, prensadas.
Cuidados para a manutenção
Madeira reciclada
Já existem produtos no mercado que misturam 60% de madeira reaproveitada e 40% de madeira maciça. São eles:
Taco - Feito de placas de madeira nativa em tamanhos variados. A vantagem é que podem ser colocados sobre outros pisos, como cerâmica ou pedra. Os formatos mais comuns são espinha-de-peixe, escama-de-peixe, dama, paralelo e convencional. Antes de escolher, verifique com o profissional o quanto de material será perdido por causa do desenho - varia de 8 a 15%.
Parquê - Diferencia-se do taco pela medida: quatro peças unidas formam uma placa. Na instalação, a face superior dessas placas chegam cobertas por uma camada de papel. A outra extremidade fica em contato com a cola, espalhada diretamente no contrapiso nivelado e impermeabilizado. Depois de dez dias da colocação, é feita a retirada do papel com batidas leves, usando pano úmido ou martelo de borracha. Em seguida, o piso é lixado, calafetado e revestido com proteção.
Piso laminado - A principal vantagem é o preço: inferior a madeira maciça. Existem diversas opções de texturas no mercado, e podem ser uma réplica fiel da madeira natural, imitando ranhuras tons. O piso laminado normalmente, é fabricado a partir de madeira de reflorestamento. É mais resistente a riscos do que a madeira natural.
O piso laminado tem este nome pois ele é fabricado em camadas. É revestido de uma lâmina decorativa, e o miolo, normalmente, é feito de HDF ou HPP - elementos obtidos das fibras da madeira. A proteção final se dá por uma camada de overlay, um filme cristalino de celulose que impermeabiliza e dá brilho ao material. Normalmente, é um piso que não favorece a acústica. Porém, a aplicação de uma manta sob o piso reduz o barulho.
Entre os revestimentos ele é o mais escolhido. A arquiteta Erika Kupac confirma: "O que os clientes mais gostam de usar são os laminados. Em uma reforma rápida, são os mais fáceis de colocar, a manutenção dele é muito mais fácil do que o taboão de madeira".
A instalação é por encaixe, o que se torna mais rápido, fácil e limpo. Pode cobrir pisos já existentes, como cerâmica, lajota, vinil e concreto, o que é muito útil em uma reforma. Para recebê-lo o contrapiso deve estar limpo, nivelado e isento de umidade. A arquiteta Sabrina Sbardelotto aponta porque escolher o laminado: "Vale pelo custo e benefício. A montagem é mais rápida, é mais facil de dar arremate, já vem cortado, com rodapé, filetes de porta e todos os acabamentos".
Carpete de madeira - O nome confunde um pouco, mas este prodtuo é semelhante ao laminado. A diferença é que no carpete de madeira a contracapa, o miolo e a lâmina decorativa são de madeira natural. Além disso, o carpete recebe verniz. As réguas são coladas e encaixadas, sobre uma manta de poliuretano, colocada no contrapiso seco e nivelado. Essa camada é isolante acústica e impermeabilizante.
Onde usar
Em ambientes como salas e quartos. " Escolho laminados para os quartos, pois eu acho o porcelanato e cerâmica muito frios. Quando o cliente permite, uso taboão de madeira", conta Erika.
Cuidados para a manutenção
Pisos de borracha ou emborrachados
A vantagem dos pisos de borracha é que são antiderrapantes, acústicos e absorvem impactos. Por isso são bastante indicados para salas de ginástica, recreação infantil e locais de alto tráfego. Dependendo do modelo, deve ser usado somente em áreas internas. Instalado diretamente sobre o contrapiso, o revestimento é fixado com uma cola designada pelo fabricante.
Porém o excesso de água prejudica este tipo de piso, podendo haver descolamento. Por isso não é indicado para ambientes externos e na área do box do chuveiro.
Onde usar
"Indico o emborrachado para ambientes de crianças, pois é facil de limpar, podem ser moldados pra não ter canto, subindo um pouco na parede" , comenta a arquiteta Sabrina Sbardelotto. Ela acrescenta que muitas vezes este tipo de piso resiste a chamas e a produtos químicos.
Pisos de vinil ou vinílicos
O piso de vinil tem se tornado o queridinho em projetos modernos, pois é possivel fazer desenhos com recortes do piso. Também é uma opção mais ecologicamente correta quando fabricado a partir de materiais reciclados.
Este tipo de piso é macio e térmico, proporcionando conforto. É indicado para ambientes internos. As diferentes padronagens disponíveis imitam a textura de outros materiais como a madeira. Pode ser encontrado em forma de tapete, placa ou manta, dispensam argamassa na instalação e normalmente são fixados com cola.
A arquiteta Dione Garros defende o uso do piso vinílico. "É resistente ao atrito, não arranha é facil de higienizar, dá sensação de conforto... Nós temos um piso vinilico no escritório e as pessoas acham que é madeira envelhecida". Ela acrescenta que as fábricas costumam dar de 10 a 15 anos de garantia.
É bom evitar seu uso em banheiros, pois o contato constante com água e umidade pode comprometer o desempenho da cola. Não é recomendada a aplicação de pisos vinílicos sobre madeira. Antes de instalar o piso vinílico sobre cerâmica, esta deve receber um tratamento especial.
Cuidados para a manutenção