Uma parte considerável das medidas adotadas para evitar a disseminação do coronavírus nos condomínios afeta diretamente a rotina dos funcionários. A intensificação da limpeza e as relações trabalhistas são alguns exemplos do que mudou.
"É uma realidade que temos que aprender a conviver", afirma o advogado Alexandre Berthe. Ele explica que é necessário estar mais atento às práticas diárias para não se contaminar e evitar conflitos. Por exemplo, quando um funcionário barra um visitante sem máscara na portaria de um condomínio que exige o item, ele pode orientar e, em caso de problemas, comunicar um superior hierárquico.
O advogado Rodrigo Karpat destaca que sobrecarregar funcionários ou atribuir "funções extras" podem levar a ações judiciais no futuro por desviarem da finalidade do contrato. Ele ressalta que os funcionários de condomínios são mais expostos ao risco de se contaminar. Neste sentido, vale pensar em contratar uma pessoa específica do que fazer com que o porteiro meça a temperatura de visitantes, além de lidar com o aumento no fluxo de entregas.
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Segundo os advogados, funcionários com suspeita ou confirmação de Covid-19 devem ser afastados do trabalho imediatamente. Paulo Roberto Ferrari, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Edifícios e Condomínios de SP diz que os condomínios devem promover condições adequadas para funcionários, disponibilizando equipamentos de proteção individual.
Em relação às práticas de higiene e cuidado com os EPIs, Marcelo Ebert, diretor da Câmara de Fabricantes de Produtos Químicos da Associação Brasileira do Mercado de Limpeza, recomenda que os itens sejam limpos após a jornada de trabalho, desde que não sejam descartáveis.
O síndico profissional Raul Neves, 33, é responsável por cinco condomínios. Em um prédio na Freguesia do Ó, zona norte, composto por 400 unidades, um funcionário foi afastado da função por ser do grupo de risco e outro teve os horários de trabalho alterados a fim de evitar o horário de pico no deslocamento. "Os gestores precisam pensar em todos", diz.