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Legado arquitetônico

Paços e palácios de Curitiba contam 100 anos de história

Redação Bonde
30 mai 2011 às 08:33
- Reprodução
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Quem passa em frente ao Palácio Iguaçu, edifício elegante recentemente restaurado, pode concluir, pelas suas linhas modernistas, que nem todos os governadores decidiram os destinos do Estado dentro daquele imóvel construído na década de 50. Se o mesmo interessado for tomar um chá no Café do Paço, estará conhecendo outro exemplar arquitetônico de valor histórico da capital paranaense, inaugurado em 1916, e que serviu de sede para a prefeitura de Curitiba. Estes dois edifícios fazem parte de um grupo de 13, que após minuciosa pesquisa da arquiteta Elizabeth Amorim de Castro, se transformaram em livro e CD-Rom sob o título "Edifícios Públicos de Curitiba. Ecletismo e Modernismo na Arquitetura Oficial".


O lançamento destes dois novos produtos culturais acontece no próximo dia 1º de junho, no Museu Paranaense, junto com uma exposição e um bate papo com a autora. Quem for visitar a mostra, que ficará aberta à visitação até o dia 30 de junho, também estará conhecendo outro edifício pesquisado por Elizabeth. Trata-se do Palácio São Francisco, projetado e construído em 1928 para abrigar a família de Julio Garmatter. Dez anos depois da construção, as conversações do interventor Manuel Ribas com o amigo pecuarista e empresário resultaram na venda da mansão para ser transformada em Palácio do Governo.

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A pesquisa de Elizabeth abrange um período de mais de cem anos e contempla dois estilos arquitetônicos, o Eclético e o Modernista. A análise revela que apesar de apresentarem linguagens formais diferentes, os edifícios mantêm um caráter semelhante, comprometido com conceitos como racionalidade, ordem, economia, utilidade, adequação e modernidade, materializando na arquitetura a ação e o poder do Estado.

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O estudo inicia com o Paço da Assembleia, (edifício já demolido localizado no terreno da atual Biblioteca Pública do Paraná) construído em 1854, e encerra com a sede do Departamento Estadual de Estradas e Rodagem, de 1958. Há ainda um aspecto interessante neste conjunto: o Centro Cívico de Curitiba, que apresenta o conceito de agrupamento de instituições públicas, é anterior ao projeto de Brasília.

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Elizabeth lembra um trecho do jornalista e escritor Arthur Dias, que em 1904, em seu livro "O Brasil Actual" cita o Paraná como modelo de sobriedade na sua arquitetura."Uma característica de instalação oficial, no Paraná é que seus edifícios não são censuráveis, nem representam exageros de dispêndios, ao mesmo tempo em que não há mesquinhez ou perda da compostura oficial, estando em acordo com a importância e os recursos públicos".


A arquitetura como registro histórico


Arquiteta e urbanista, formada em 1986 na Universidade federal do Paraná, Elizabeth Amorim de Castro é Mestre em Geografia (2005) e doutora em História (2010) também pela UFPR. Seguindo a mesma linha de estudo de edifícios públicos e representativos da cidade, a autora tem outras obras publicadas de igual relevância. Suas pesquisas anteriores referem-se a grupos escolares de Curitiba na primeira metade do século XX, arquitetura de isolamento na República Velha (hospícios, penitenciárias, asilos, orfanatos, e hospitais), conventos, seminários e educandários.

Serviço:
Edifícios Públicos de Curitiba – Ecletismo e Modernismo na Arquitetura Oficial – Lançamento de exposição, livro e CD ROM, encontro com a autora Elizabeth Amorim de Castro.
Abertura: Dia 1º de junho, às 14h30. Até dia 30 de junho
Encontro com a autora : dia 8 de junho às 16h30
Museu Paranaense – Rua Dr. Kellers, 289 – Alto São Francisco


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