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'Prédios verdes'

Obra sustentável exige mudança de atitudes

Folha de Londrina
31 dez 1969 às 21:33

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Ecomercado Palhano será o primeiro 'prédio verde' de Londrina - Divulgação
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É cada vez mais comum a utilização de termos como ''ecologicamente correto'', ''prédio verde'', na divulgação de lançamentos do mercado imobiliário. Mas nem toda construção pode ser rotulada como ''verde'' se não obedecer critérios internacionais e se não tiver certificação para este fim. Estes empreendimentos usam apenas um ''verniz verde'', o chamado greenwashing, que está longe de ser realmente considerada uma obra sustentável.

O engenheiro Fernando de Barros, responsável técnico da Master Ambiental, que presta consultoria para empresas e órgãos públicos na área de licenciamento ambiental, explica que a construção civil ''é a atividade humana que mais causa impacto ambiental''. Estudos mostram que 75% de todos os recursos naturais são destinados à construção civil, 50% da energia elétrica é consumida na construção e na operação dos edifícios, 34% do consumo de água é atribuído às construções e 30% dos gases de efeito estufa são produzidos pela indústria da construção civil e seus insumos.

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''Uma obra sustentável exige mudança de atitudes de parte dos construtores, instaladores e operários. É uma nova forma de projetar e executar, com uma grande preocupação com o meio ambiente'', diz Barros.

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Os critérios internacionais que definem se uma obra é sustentável indicam, por exemplo: um prédio verde deve consumir no mínimo 30% menos água e 30% menos energia elétrica do que um prédio comum. ''Um prédio verde gerencia com eficiência seus resíduos de construção civil e dá destinação adequada aos mesmos, bem como todos os resíduos gerados durante a operação comercial e após a ocupação do imóvel pronto'', acrescenta Barros.

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Um prédio verde não pode deixar que, durante a obra, o solo chegue até a via pública e consequentemente aos bueiros e depois para os rios. Esta obra só pode utilizar madeira de reflorestamento ou de desmatamento legalizado. Todos os materiais utilizados devem causar o menor impacto ambiental possível. A tinta, por exemplo, não pode conter grande quantidade de VOC (compostos orgânicos voláteis), como látex e acrílica.


''É preciso também evitar o uso de materiais que consumam muita energia em sua produção, como o alumínio, ou que para serem fabricados seja necessário emitir grande quantidade de CO2, contribuindo para aumentar o efeito estufa. Outro ponto fundamental é usar muitos materiais reciclados ou novos materiais que em sua fórmula de produção contenham produtos recicláveis, como o aço para construção feito a partir de sucata, ou cimento CP III que tem em sua composição resíduos de escória de alto forno'', afirma Barros.

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Um prédio verde deve reservar vagas de garagem para os automóveis flex em detrimento dos carros que usam combustível fóssil como diesel e gasolina. Também deve ter local apropriado para guardar as bicicletas de seus clientes e funcionários que usem este meio de transporte, inclusive com vestiário para que possam se higienizar.


Todos os funcionários da obra, inclusive os prestadores de serviços e fornecedores de materiais de construção, devem ser legalizados. A iluminação que tenha origem em um prédio verde não pode sair de seus limites prejudicando ou ofuscando os vizinhos bem como a fauna de seu entorno.

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Uma obra pode ser enquadrada como sustentável na medida em que obter pontos atendendo aos rigorosos critérios de certificação LEED norte-americano, ou HQE, francês. A obra deve atender a vários pré-requisitos sobre a poluição gerada durante a construção e no pós-ocupação.


Uma obra sustentável certificada custa cerca de 3% a mais que uma obra normal, porém ela tem a grande vantagem que o custo de sua operação é menor. ''A taxa de condomínio é mais barata, em especial pelo menor consumo de água e energia elétrica, entre outros itens'', destaca Barros.


Atualmente, os Estados Unidos concentram o maior número de prédios sustentáveis. Em alguns estados, as obras públicas só podem ser realizadas se forem certificadas pelo LEED.

O primeiro prédio verde de Londrina será o Ecomercado Palhano, com projeto do arquiteto Guilherme Torres e empreendimento do imobiliarista Raul Fulgêncio. A Master Ambiental participa deste projeto com o objetivo de garantir a obtenção da certificação internacional do Ecomercado Palhano como prédio sustentável.


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