O Custo Unitário Básico (CUB), índice que reflete a variação dos custos e é utilizado nos reajustes dos contratos do setor de construção civil, fechou o ano de 2009 com um aumento de 4,38% na região de Londrina, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Norte do Paraná (Sinduscon). Durante o ano, o valor do metro quadrado (para projetos residenciais padrão médio), passou de R$ 800,03 (em janeiro) para R$ 832,57 (em dezembro). O cálculo leva em conta os preços da mão de obra e dos materiais de construção.
Segundo o presidente do sindicato, Osmar Alves, a variação foi dentro do previsto, levando em conta a inflação do período. ''Os incentivos do governo, como a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado) para os materiais de construção, também ajudaram (a segurar o valor do CUB)'', observa. Segundo o Sinduscon, no cálculo de dezembro, a mão de obra representou 45,66% e os materiais de construção 54,34%.
Para quem pretende iniciar uma construção este ano a boa notícia é que o mercado dos materiais deve se manter estável. Um dos motivos é a prorrogação da redução do IPI no setor até junho, o que reflete na queda de até 10% nos preços de alguns itens. Adriano Montanari, presidente da Federação dos Comerciantes de Materiais de Construção do Paraná (Fecomac), lista um cenário positivo para o setor.
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''A oferta de crédito, o mercado estabilizado e o aumento do prazo para pagamento (oferecido pelos comerciantes) compõem um cenário excelente para quem quer construir'', analisa Montanari.
Quanto aos preços, ele destaca que os produtos básicos (tijolo, cimento, pedra) ainda são os itens mais baratos de uma construção. E o que mais pesa no bolso é a parte de acabamento. A entrada de produtos importados, porém, tem contribuído para a redução de preços no setor.
Um exemplo são os pisos. ''De uns cinco anos para cá está entrando muito produto da China, com bom preço e boa qualidade. Isso faz com que a indústria brasileira reduza os seus preços para competir no mercado'', observa Montanari. Segundo ele, porcelanatos que custavam entre R$ 70 e R$ 80 o metro quadrado podem ser encontrados a partir de R$ 20 ou R$ 30.
A presença de multinacionais no setor de materiais de construção, que concedem prazos longos para pagamento, também acaba forçando as empresas menores a melhorar o parcelamento. E quem sai ganhando é o consumidor. ''Há muitos consumidores que ainda preferem comprar em lojas pequenas, perto da sua casa, por causa do relacionamento, do contato no balcão'', diz Montanari.
Segundo o presidente da Fecomac, para quem planeja construir, a falta de mão de obra é um problema. ''Nós do comércio, junto com outras entidades, estamos envolvidos na discussão para a capacitação de novos profissionais'', afirma.