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Sustentabilidade

Moradias ecológicas para todos os gostos

Agência Estado
31 dez 1969 às 21:33

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- Divulgação/AE
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Meu interesse é o planeta e o gênero humano, já disse Paulo Mendes da Rocha. Na esteira do ideário do arquiteto e urbanista que ganhou o Pritzker de 2006 - o mais importante prêmio da arquitetura mundial -, sempre polêmico quando o assunto é o morar urbano, muitos arquitetos se sentem impelidos a contribuir de algum modo para a saúde do planeta e encaram o desafio de projetar casas com o máximo de conforto e o mínimo de impacto ambiental.

Um projeto 100% ecológico é a proposta do arquiteto Frank Siciliano. Ele lançou mão da milenar técnica japonesa tshuchi kabe para erguer a residência de 280 metros quadrados em Cotia, na Grande São Paulo, em maio de 2007.

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Amarrações de eucalipto e bambu sustentam paredes com três camadas de barro - o que elimina possíveis rachaduras e garante o conforto térmico - e telhas de fibras naturais. A luz provém das placas de energia solar, enquanto o sistema de captação e escoamento da água da chuva e o biodigestor de filtragem do esgoto (fossa ecológica BSI - Biossistema Integrado) garantem a reutilização da água na hora de irrigar o jardim e a horta (orgânica).

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Segundo Frank, o metros quadrados desse tipo de casa custou cerca de R$ 1.200, o equivalente ao de uma convencional. ''A bioconstrução não é mais cara, pois a matéria-prima quase sempre está no local, como pedras, madeira, bambu e terra'', diz.

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Bambu, uma opção


Há, porém, quem entenda ser fora de foco projetos como o de Frank Siciliano. ''Cem por cento sustentável nem a oca dos índios no Xingu!'', brada o arquiteto Francisco Lima, do escritório Archidomus Arquitetura e Design. ''Se desmatou, causou algum impacto ao meio ambiente'', realça esse que é pesquisador de construções com bambu junto à ONG Ibiosfera.

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Noves fora, o que afinal define uma construção sustentável? ''Deve-se analisar o impacto em todo o ciclo de vida, antes, durante e depois da obra'', explica Márcio Araújo, consultor e diretor do Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Ecológica (IDHEA). Ou seja, da extração da matéria-prima à demolição, da fabricação e transporte ao consumo. Os materiais devem beneficiar tanto a obra, como também o entorno e o meio ambiente, e podem ser industrializados - caso dos painéis solares, tijolos de solo-cimento, cimentos CP3 (a partir de resíduos industriais), vernizes, tintas e ceras naturais com pigmentos minerais atóxicos.


Madeiras certificadas, matérias-primas regionais, recicladas ou de demolição também entram na lista dos ecoprodutos. Para Francisco Lima, uma boa opção para esse tipo de construção é o bambu, material leve, resistente, barato e ecologicamente correto, que pode ser utilizado em estruturas (vigas, colunas, telhas e pisos) e revestimentos.

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As vantagens, contudo, traduzem-se apenas em projetos de ONGs. ''A maioria resiste a uma casa toda de bambu, principalmente, por causa da aparência rústica'', explica Francisco. ''Ele é apenas aceito como coadjuvante, em caixilharia, quiosques e estrutura de sacadas.''


Reutilizar materiais da construção original, como tijolos de barro maciço, madeiras do telhado e vergalhões de ferro de lajes e vigas, foi uma das soluções empregadas pela arquiteta Alexandra Lichtenberg na reforma de sua ecohouse, que recebeu menção honrosa do Prêmio Procel de Conservação de Energia 2002-2003, na categoria Edificações.


A casa de 288 metros quadrados, no bairro carioca da Urca, que privilegia a ventilação cruzada e a iluminação natural no interior, ganhou uma fachada verde. Contudo, a trepadeira tumbérgia (espécie resistente, de crescimento rápido) recebeu fixação incomum: ela sobe pela treliça de alumínio - essa, sim, presa à alvenaria -, deixando um vão entre o suporte e a parede para evitar o acúmulo de umidade e dissipar o ar quente.

Plantas podem, inclusive, minimizar os problemas com enchentes, segundo a professora de Urbanismo e Meio Ambiente da Faculdade de Arquitetura da UFRJ, Márcia Junqueira. ''Elas servem de barreira à água da chuva, refrescam o interior e são fáceis de instalar e de manter'', garante ela, que já tem dois telhados verdes colocados em residências no Rio e negocia com a Prefeitura a sua implantação em projetos de casas populares.


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