Londrina vai ganhar o primeiro mercado ecológico do Brasil. Inspirado na arquitetura dos empreendimentos europeus, o Mercado Palhano será construído em um dos pontos mais valorizados da cidade: a Gleba Palhano (Zona Sul). O projeto foi desenvolvido por investidores locais e as obras começam no primeiro semestre do próximo ano, com inauguração prevista para 2010. Destinado às classes A e B, o prédio terá cerca de 11 mil metros quadrados de área construída, incluindo vagas para estacionamento. O orçamento da obra ainda não foi fechado.
O projeto foi definido com base em uma pesquisa de mercado realizada com 420 moradores dos bairros Gleba Palhano, Bela Suíça, Higienópolis, Centro e condomínios (localizados na Zona Sul). Entre as principais deficiências apontadas pelos entrevistados estão a falta de um sacolão, padaria, merceria e açougue, entre outros serviços (veja quadro). O levantamento ainda apontou o comportamento dos consumidores sobre os hábitos de fazer suas refeições fora de casa durante a semana e aos sábados, domingos e feriados. Além disso, eles também opinaram sobre como deveria ser o ambiente do mercado e, neste quesito, a sofisticação recebeu 89,4% dos votos.
''Vamos oferecer um espaço para gastronomia, mas de alto nível e sem perder a cara de mercado'', informa Raul Fulgêncio, sócio e gestor do empreendimento. Segundo ele, o mercado terá o ''Selo Verde'', o que significa que será construído e funcionará respeitando o meio-ambiente. O projeto prevê o aproveitamento da água da chuva e da luz solar; paredes vivas; câmara fria para depósito do lixo; banheiros amplos e limpos; ambiente arejado; e ainda usará tinta hidrossolúvel (que não agride o meio-ambiente). ''Optamos por um projeto ousado, futurista, que saísse do lugar comum. É um empreendimento que vai se transformar na 'cara de Londrina''', aposta.
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Ao todo serão cerca de 90 boxes com espaços que variam de 20 a 70 metros quadrados. Estão projetados 3 restaurantes, definidos com um sushi bar, uma choperia e um de massas e vinhos. Todos funcionarão com conceito de bistrô. O prédio terá três pavimentos - aproveitando o desnível do terreno - localizado na Rua Bento Munhoz da Rocha esquina com João Wycliff. Desta forma, a entrada do estacionamento será pela Bento Munhoz; o segundo pavimento (onde ficarão os boxes) terá entrada pela João Wycliff; enquanto o terceiro - que será ocupado pelos restaurantes - ficará no nível da Rua João Huss com vista ao Lago Igapó e à cidade.
Mix
O empreendimento será bancado por investidores e ainda serão comercializadas 20 cotas. Já os espaços para operações e restaurantes serão locados, a exemplo do funcionamento dos shoppings. Desta forma, os gestores têm condições de definir o padrão visual e o mix de produtos comercializados. ''Percebemos que a gastronomia está em alta e nossa proposta é abastecer um nicho de mercado'', comenta Fulgêncio. Por isso, o projeto ainda prevê no segundo pavimento uma cozinha, que ficará disponível para realização de eventos gastronômicos, reuniões de amigos e para transmissão de programas de culinária.
Já estão confirmados no mercado, estabelecimentos tradicionais de Londrina como as confeitarias Hachimitsu e Mr. Cuca, restaurantes Dá Licença e La Gôndola e a Peixaria Shangri-Lá. E nem mesmo a crise financeira global deve atrasar o andamento do projeto. ''É uma opção para investidores do mercado financeiro. Quem tem imóvel dorme sossegado porque é uma operação que traz rendimento'', salienta Fulgêncio. Os outros dois mercados de Londrina - Shangri-Lá e o Mercadão da Cidade (que ainda será inaugurado) - também não são considerados concorrentes diretos do Mercado Palhano. ''São propostas diferentes e o Mercado Palhano foi definido com base em uma pesquisa de mercado. Temos a intenção de oferecer o melhor para o público, será um empreendimento para valorizar a cidade'', diz.