Mais movimento
Que o inverno brasileiro é ameno se comparado a outras regiões do hemisfério Norte todo mundo sabe. Mesmo assim, há quem não abra mão da lareira - que além de calor, evoca romantismo e aconchego, seja ela a lenha ou a gás.
Prática e minimmmalista, a versão a gás pode ser instalada em qualquer ambiente, explica o arquiteto Guilherme Torres. ''Livings, quartos e até mesmo banheiros ficam aconchegantes. O fogo é muito bonito'', observa. Além de não deixar resíduos e cheiro de fumaça no ambiente, esse equipamento não necessita de dutos de exaustão, e o acionamento é feito de modo manual ou pelo controle remoto que comanda a intensidade das chamas. A falsa coifa é meramente decorativa. As peças são comercializado em kits, que incluem caixa de ferro, varão de cobre por onde passa o gás e pedras vulcânicas.
Para o arquiteto Marcelo Melhado, o sonho de ter uma lareira em casa remete à atração do homem pelo fogo, algo ancestral e que está em nosso inconsciente. ''As lareiras vão mudando de cara, mas continuam evocando o acolhimento'', reflete. No caso dos modelos a lenha, o projeto deve estar previsto na construção da residência, e requer um bom sistema de exaustão para que a fumaça não cause incômodos.
Já as lareiras elétricas estão caindo em desuso, segundo Liane Nunes Bueno, da loja Lazer ao Ponto. ''Esses equipamentos nada mais são do que aquecedores com aparência de lareira. O aspecto é artificial'', ressalta.
Os kits de lareiras a gás da Dometal são vendidos em três tamanhos, e custam a partir de R$ 930 na Lazer ao Ponto, de Londrina.
Confira as fotos:
Na sala de estar, a tubulação de cobre da lareira a gás da LCZ, de São Paulo, tem cerca de 1 metro. A placa de vidro temperado é decorativa e serve como tela de segurança.
Arquivo Folha
A área onde a lenha é queimada foi revestida de material isolante e tijolos refratários. Chapas de aço cobrem o volume e em seu interior há vedação térmica com lã de rocha no projeto de Guilherme Torres.
Arquivo Folha
Lareira a gás no living do apartamento assinado por Guilherme Torres. Base e coifa revestidas em mármore travertino romano bruto passaram por tratamento térmico para evitar danos à TV.
Arquivo Folha
Lareira a lenha revestida de mármore travertino nacional assinada pelo arquiteto Marcelo Melhado. Ideal para aquecer um espaço com pé-direito duplo.
Arquivo Folha
Discreta, a lareira a lenha embutida no móvel faz parte da composição da sala neste projeto de Marcelo Melhado. O sistema de exaustão fica escondido.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:
Lareira gás - Não exige chaminé pois não produz fumaça, porém alguns cuidados são necesários na hora da instalação. O fogo e alimentado pela queima do gás e do oxigênio, por isso é importante controlar a relação entre gás carbônico e oxigêniono ambiente, mantendo ma saída de ar.
A maior parte dos equipamentos vem com válvula de segurança que bloqueia a saída de gás caso a chama se apague ou ocorra um vazamento. Para instalar um ponto de gás encanado, é recomendável contratar uma empresa homologada pela Compagás/PR (www.compagas.com.br). A empresa deve emitir certificado comprovando que a instalação segue os padrões da lei NBR 13.932, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Lareira a lenha - Cuidado na escolha da saída para a chaminé. É proibido usar na tubulação curvas de 90 graus. É recomendável que a chaminé seja construída com 1 metro de altura acima do ponto mais alto da casa. A área interna da lareira deve ser revestida de material refratário, para que consiga resistir a altas temperaturas. Demanda ainda o uso de telas de proteção e apetrechos para a limpeza dos resíduos. É importante manter uma saída de ar. A recomendação é fazer a manutenção da lareira uma vez ao ano, limpando o duto pelo topo da chaminé e a boca do forno.
Fonte: Revista Arquitetura & Construção/Editora Abril; Revista da Folha/seção Morar