Há quem diga que qualidade de vida é ter um belo horizonte à vista. E, para avistá-lo de casa, é preciso que haja uma janela bem localizada, que emoldure a sua paisagem. Na hora de escolhê-la, o projeto arquitetônico já deve estar bem definido, para que a opção do material seja certeira. No produto, é preciso verificar se as folhas deslizam com facilidade, se há vidros simples ou duplos, assim como frestas por onde o vento poderá entrar. Além disso, é preciso diferenciar perfis fracos dos ocos e mais resistentes.
Segundo o engenheiro Ricardo Sasso, cada caso exigirá um tipo de produto, dependendo da necessidade de isolamento acústico ou de maior vedação, como altos edifícios que recebem ventos mais fortes. Para tanto, é preciso atentar para a qualidade e as especificações técnicas, o estilo e o design de cada projeto.
Janelas de madeira acompanham linhas arquitetônicas mais rústicas, que buscam maior interação com a natureza, como nas casas de campo. "A manutenção, contudo, é anual", alerta Sasso. Ele explica que será necessário lixar e pintar, já que a madeira é um material mais sensível à umidade. "Ela se dilata com o tempo mais úmido e se contrai quando o ar está mais seco. Nas casas de praia, os cuidados são ainda maiores, porque os níveis de umidade aumentam". Na hora de comprar, certifique-se de que a madeira está bem seca.
Era comum nas construções mais antigas o emprego de janelas de ferro. Com a onda do retrofit, que é a recuperação da arquitetura original nos edifícios urbanos, as caixilharias de ferro tendem a permanecer. Aqui, os cuidados não são menores que no caso da madeira: é preciso lixar, aplicar anticorrosivos e fazer pinturas anuais, evitando o acúmulo de ferrugem (oxidação). O aço é três vezes mais resistente que o alumínio e permite a fabricação de perfis muito delgados, o que pode dar origem a janelas com designs mais arrojados.
Ricardo Sasso afirma que as janelas de alumínio são encontradas em linhas diversas, com espessuras de perfis em vários níveis de qualidade. "As mais robustas são bem estruturadas, resistentes e bonitas", indica. Segundo o engenheiro, pela estrutura mais firme, vencem vãos maiores. "Quando você escolhe caixilharias muito delgadas, de perfis mais baratos, não é possível cobrir vãos muitos grandes. Elas podem se deformar". Logo, quanto mais bem estruturada a caixilharia, maior poderá ser a janela. Ela será mais cara, contudo.
O PVC (policloreto de vinila) tem bom desempenho termoacustico e é resistente. É vastamente empregado em novos edifícios de grandes cidades, nos quais é importante que o material das janelas auxilie na proteção contra o barulho da rua. Resistentes ao calor, as janelas de PVC recebem pinturas eletrostáticas – assim como os caixilhos de alumínio -, que facilitam a limpeza. Em ambos os casos, a manutenção é bem menos trabalhosa e o acabamento é mais durável que o da madeira e o do aço, pois os materiais resistem mais à umidade.
Em qualquer um dos materiais, o que vai definir o modelo da janela são as possibilidades apresentadas pela arquitetura. Vale lembrar que, na fachada de edifícios residenciais, muitas vezes há um padrão a ser seguido, e não há como escapar. "No mercado, são encontrados caixilhos de correr, de abrir para fora ou para dentro, janelas com veneziana conjugada, só com vidro ou do tipo guilhotina", enumera o engenheiro. Na hora de escolher os materiais, nada de misturar madeira com PVC e alumínio: "Tem de ser um tipo de material só para toda a construção".
Por fim, mais importante que o próprio material é a escolha da mão de obra. "Para que a janela funcione, ela deve vedar, proteger do vento e estancar a água da chuva. É preciso que seja muito bem executada, por pedreiro especializado, e que tenha sido comprada em loja, fábrica ou artesão conhecidos que ofereçam garantia do produto e apresentem materiais de qualidade" afirma o engenheiro.
Prós e contras de cada tipo de material