Tal como a tendência vintage - valorização do retrô - e o "Color Blocking" – aplicação de cores fortes em contrastes – o conceito high-low também surgiu nas passarelas e ganhou espaço em projetos de arquitetura e decoração. Trata-se de uma mescla de estilos na qual equilíbrio é a palavra chave para o bom resultado.
"Peças ‘high’ são aquelas com alto valor agregado, como produtos de design assinados e obras de arte", explica a arquiteta Marina Dubal. "São peças que por si só conferem ao ambiente uma assinatura diferenciada. Pode ser, por exemplo, uma poltrona de design exclusivo, um pendente superbacana ou um sofá diferenciado", exemplifica a arquiteta Renata Basques.
Já as peças "low" fazem um contraponto a esse aspecto sofisticado. "As peças ‘low’ são básicas, aquelas que complementam o espaço e não necessariamente são as mais bacanas da casa", avalia Renata. Marina dá a dica de como encontrar esse tipo de peça: "As peças ‘low’ podem ser garimpadas em antiquários, ferros-velho, supermercados, ou seja, são exatamente aqueles objetos que não damos valor quando estão isolados, mas que em conjunto com outros móveis podem dar charme e personalidade ao ambiente criando um clima irreverente".
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Criar um conjunto harmônico entre os dois estilos é exatamente o segredo do "high-low", que parte do princípio de que peças de design podem perfeitamente dialogar com outras mais simples. "Uma peça de desenho reto pode conviver com outra de design fantástico. Uma mesa lateral pode combinar tanto com um adorno de valor financeiro ou com um adorno de valor afetivo. Ladeando uma cama, podemos ter um criado mudo básico e uma mesa de família superantiga", enumera Renata.
Este detalhe de um projeto de Marina Basques exemplifica o conceito high-low, que consiste da harmonia entre elementos de design e outros que podem ser adquiridos em antiquários ou ferro-velho
"Ou seja, os elementos 'high' e 'low' podem ser combinados em qualquer situação, desde que haja um acompanhamento profissional, já que um erro pode acabar com o ambiente como um todo", pondera Marina, lembrando que é preciso ter cautela ao apostar na tendência: "É interessante tentar achar um vínculo entre os objetos ou móveis 'high' e 'low'. O material ou cor pode ser um ponto de partida para encontrar esse ponto. Mas tudo depende da composição geral e da personalização das peças 'low' já que elas, por si só, não têm muito valor". Renata Baques arremata: "Devemos tomar cuidado com o próprio aspecto da peça, uma peça ‘low’, que não pode ser mal acabada ou com pintura mal feita, afinal, ela estará aliada a um móvel superbacana".