O Custo Unitário Básico (CUB) da construção civil pesquisado pelo Sinduscon-PR (Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Paraná) registrou alta de 0,42% no mês de março, em relação ao mês anterior, conforme a norma técnica NBR 12.721/2006. A alta reflete o aumento médio de 0,92% verificado nos preços dos materiais de construção. As despesas com equipamentos e custos com mão-de-obra permaneceram estáveis.
No primeiro trimestre do ano, o CUB acumula aumento de 1,03%, índice inferior à inflação de 2,38% medida pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado), calculado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas). Os materiais de construção aumentaram, em média, 2,34% no trimestre e 7,85% nos últimos doze meses.
Entre os 25 produtos pesquisados pelo Sinduscon-PR no mês de março para elaboração do CUB-PR, nove apresentaram aumento de preços, alguns deles com reajustes bem acima da inflação de 0,74% medida pelo IGP-M. As maiores altas foram registradas na pia de mármore (3,77%); aço CA-50 (3,72%); tubo de PVC para esgoto (3,60%); fio de cobre (3,57%) e brita (2,94%).
Leia mais:
Fim de ano nos condomínios: Como manter a harmonia e a segurança?
Saiba quais são as 20 maiores favelas do Brasil, segundo o Censo 2022
Jovens negros são população predominante nas favelas, mostra Censo
Brasil tem 16,4 milhões vivendo em favelas, diz Censo
Os demais produtos ficaram com preços estáveis ou tiveram pequenas reduções de preços. A areia – que lidera o ranking de aumentos em doze meses com alta de 22,53% – não teve reajuste de preço no mês de março. Mesmo com os reajustes pontuais em alguns insumos importantes para o setor, observa o presidente do Sinduscon-PR, Hamilton Franck, já está acontecendo uma redução no ritmo dos aumentos dos preços dos materiais. "Não há espaço para altas especulativas", acredita o empresário. "O setor deve continuar crescendo num cenário de melhor equilíbrio entre os segmentos da cadeia produtiva. Mas o setor está preparado para recorrer ao mercado externo, se precisar frear aumentos abusivos."
CUB determina custos da obra
Divulgado mensalmente pelos sindicatos da construção, o Custo Unitário Básico (CUB) é calculado desde fevereiro de 2007, conforme norma técnica NBR 12.721/2006, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Elaborado de acordo com onze projetos-padrão, o CUB determina o custo global da obra para fins de cumprimento da lei de incorporações e tem fins exclusivamente comparativos ao custo real da obra, pois este só é obtido através de um orçamento completo com todas as especificações de cada projeto em estudo ou análise, esclarece Hamilton Franck. Atualmente, a variação percentual do CUB tem servido como mecanismo de reajuste de preços em contratos de compra de imóveis em construção e até mesmo como índice setorial.
O custo médio representativo da construção habitacional (padrão R8-N, para edifícios com 8 pavimentos, 3 dormitórios e acabamento normal) passou para R$ 717,80. Na formação destes custos não são considerados diversos itens como projetos, fundações, submuramentos, elevadores, urbanização, impostos e taxas, remuneração do construtor, entre outros.
Maiores aumentos em 12 meses (*)
Areia média........................................ 22,53%
Disjuntor tripolar ................................ 18,42%
Aço CA-50..........................................16,74%
Brita 2...............................................16,67%
Placa cerâmica 30 x 40 cm....................16,29%
Pia de mármore.................................. 15,35%
Fechadura, tráfego moderado............... 12,48%
Chapa de compensado.........................10,87%
Janela de correr (2 folhas)....................10,11%
Tubo de PVC para esgoto..................... 9,68%
Bacia sanitária, caixa acoplada.............. 9,51%
CUB-PR................................................ 6,67%
IGP-M .................................................. 9,10%
(*) Aumentos médios conforme pesquisa do CUB-PR