Em resposta às necessidades da indústria da construção civil de Curitiba, o Senai está capacitando profissionais do setor a desenvolverem projetos de gerenciamento de resíduos antes mesmo do ínicio de cada obra. Em 2007, 16 construtoras foram atendidas pela unidade CIC/Cetsam (Centro Nacional de Tecnologia em Saneamento e Meio Ambiente) do Senai, e em 2008 foram 11 as empresas com profissionais em treinamento.
''A separação dos resíduos começa no canteiro de obras. Assim muitos resíduos podem ser reaproveitados ali mesmo. E pouco acaba virando lixo'', explica Carlos Waltrick, consultor técnico em negócios para a área de saneamento e meio ambiente do Senai. Segundo ele, a capacitação acontece na prática. ''Trabalhamos com grupos, mesclando reuniões técnicas sobre os processos que envolvem os resíduos, como o acondicionamento, transporte e destinação, com orientações sobre como fazer o projeto'', diz.
Para o empresário Tiago Colaço Guetter, que iniciou o treinamento de sua equipe ano passado, a capacitação do Senai também conscientiza os funcionários a atuarem de forma ambientalmente correta. ''Com o tempo essa cultura fará parte da rotina de trabalho'', considera.
Leia mais:
Saiba quais são as 20 maiores favelas do Brasil, segundo o Censo 2022
Jovens negros são população predominante nas favelas, mostra Censo
Brasil tem 16,4 milhões vivendo em favelas, diz Censo
Prédio sem conservação na Duque de Caxias em Londrina incomoda comerciantes
A capacitação do Senai integra o projeto Construindo o Futuro, lançado em 2005 pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), Sinduscon e Sebrae. O projeto objetiva incentivar as melhores práticas nas pequenas empresas do setor.
Legislação
As legislações federal e municipal estão levando as empresas da construção civil de Curitiba a desenvolver projetos de gerenciamento de resíduos. A resolução 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), de 2002, determina que as prefeituras estarão proibidas de receber os resíduos de construção e demolição no aterro sanitário. Cada município deverá ter um plano integrado de gerenciamento de resíduos da construção civil.
O Decreto Municipal nº 1068, de 2004, visa minimizar a geração de resíduos produzidos na construção civil e promover a reutilização, reciclagem e a destinação final apropriada dos materiais.
''A legislação especifica e divide os resíduos em classes de acordo com a destinação apropriada que devem ter e isso deve ser detalhado no projeto'', afirma o consultor do Senai. Segundo Waltrick, por falta de uma classificação específica os resíduos eram, muitas vezes, misturados e acabavam indo para um aterro comum.
''Toda empresa séria se preocupa em não gerar resíduos, tanto pela questão ambiental quanto pela econômica. A legislação faz com que mais empresas busquem a racionalização na construção e pensem em possibilidades de redução do uso de água e de madeira, por exemplo, desde o começo do projeto'', observa o empresário Tiago Guetter.
Serviço:
Mais informações pelo telefone: (41) 3271-7188.