Clássicos como as construções da década de 1940 e 1950 são referência na arquitetura moderna. As casas dessa época têm charme e beleza reconhecidos por unanimidade.
"Basta entrar em uma casa ou apartamento da época e lá estão eles: tacos de madeira, revestimentos como cobogós, azulejos e outros - detalhes que eram febre da época e que atravessaram gerações", lembram as arquitetas Patrícia Guerra e Roziane Faleiro, da Faleiro Guerra Arquitetura.
Mesmo assim, muita gente acaba abrindo mão das características marcantes desse tipo de edificação por temer que o lar fique com aspecto de casa velha, ultrapassada. No entanto, é possível manter as peculiaridades dos clássicos sem abrir mão dos recursos mais modernos de decoração e design. Assim, o cantinho da família fica personalizado e mais aconchegante.
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Para a arquiteta Marina Dubal, quando se tem uma edificação com traços de alguma época, definidos e preservados, "cabe ao profissional tirar proveito dos pormenores e harmonizá-los com materiais e técnicas contemporâneas, buscando a valorização do conjunto". Já, Roziane destaca que vale tudo e que todos os materiais têm o seu espaço: "Antes de trocar um revestimento que
parece estar ultrapassado ou muito desgastado talvez seja possível revitalizá-lo".
Marina ensina como valorizar os detalhes de cada época. "Quando se tem um forro trabalhado, com detalhes em pintura ou sancas, por exemplo, o uso de iluminação indireta, voltada para o forro, é ideal para iluminar o ambiente e destacar os detalhes singulares da construção. Móveis contemporâneos podem e devem ser usados, eles retratam nossa época. Essa mistura de estilos, quando bem orientada, cria ambientes ricos e envolventes", ressalta.
Para ambientar este loft da década de 80, as arquitetas Marina e Fernanda Dubal rechearam a casa de móveis contemporâneos
Para Patrícia, o importante é não só conservar a história, mas valorizar a casa. "Geralmente, os objetos antigos apresentam qualidade superior, é boa alternativa para economizar e dá um ar diferenciado aos ambientes", ressalta. Roziane observa outro benefício ao se conservar a história da casa: "Há muitos tipos de pedras e madeiras que não existem mais e, por isso, ganharam status de raridade, o que pode valorizar o imóvel".
Agora, para não errar nessa mistura – "busque os detalhes das peças de épocas distintas ou aproveite os contrastes – sempre com o auxílio de um profissional para que não haja excessos", ensina Marina.