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Ventilação

Conforto térmico melhora qualidade de vida no ambiente

Redação Bonde*
31 dez 1969 às 21:33

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Aparelhos do tipo split, ganharam mercado pela facilidade aparente de instalação - Reprodução
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Um País tropical como o Brasil requer conforto térmico quase todo o ano; entretanto, com a chegada do verão esta necessidade se intensifica até para que os negócios e qualidade de vida não fiquem comprometidos com o desconforto causado por ambientes quentes, sem ventilação ou troca de calor adequada.

Embora não tenhamos mais estações do ano nitidamente definidas, é com a aproximação do verão que sentimos necessidade de investir no conforto térmico de nossos espaços de permanência prolongada. Tanto em casa como no trabalho ambientes climatizados possibilitam melhor sensação para todas as atividades.

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Graças à popularização e ampliação do mercado, os aparelhos de ar condicionado, sejam os tradicionais de janela, os do tipo "split" ou até mesmo os portáteis tornaram-se mais acessíveis com preços que os colocam entre os bens de consumo mais desejados pela população brasileira na última década.

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Vale salientar que não só com climatizadores é possível tornar mais agradáveis ambientes nos dias de altas temperaturas, os antigos e eficientes ventiladores e circuladores ainda cumprem excelente papel e encontram facilmente espaço na decoração de qualquer ambiente.

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Mas qual solução é a mais interessante para cada ambiente? Isto vai depender de cada caso, do que se espera da solução escolhida, do orçamento previsto e da infra-estrutura disponível em sua residência ou escritório.


Para os aparelhos de ar condicionado tradicionais, de parede ou janela ainda muito populares há sempre uma solução, porém é necessário preparar a parede ou janela para recebê-lo; isso significa contratar profissionais para abrir um "buraco", arrematá-lo, e contratar eletricistas para instalar circuitos elétricos específicos (a maioria dos aparelhos é 220v e necessita de ramal e chave própria no quadro de luz). Isso tudo sem falar na adequação externa com suporte metálico para o aparelho, para uma possível bandeja de retenção de água e dreno.

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Muitos se surpreendem ao ver que se gastou mais na instalação do aparelho do que com o mesmo. Lembrando que mesmo as empresas que oferecem instalação gratuita não realizam na maioria das vezes os serviços de infra-estrutura física (parte do pedreiro, pintor e eletricista), apenas se responsabilizando pela instalação final e funcionamento do aparelho.


Nos aparelhos de peça única como estes o grande inconveniente é o fato do compressor estar junto ao condensador e evaporador o que cria um ruído nem sempre desejável.

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Os aparelhos do tipo split, ganharam mercado pela facilidade aparente de instalação já que a unidade evaporadora interna pode ficar afastada da condensadora o que permite distribuir melhor o fluxo de ar nos ambientes, dispensando grandes aberturas de instalação, já que são necessários pequenos orifícios para passagem dos dutos.


Os splits totalmente silenciosos são ideais para ambientes de silêncio como dormitórios, escritórios e afins. No entanto é necessário alocar a unidade condensadora em local arejado e externo e garantir alimentação elétrica ao ponto (há máquinas em que a condensadora se liga à rede e outras em que só a evaporadora o faz).

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A única desvantagem dos splits é a necessidade de adequação para um dreno. Nem sempre é possível contar com ambientes molhados contíguos àquele onde se coloca o aparelho. Nos projetos mais recentes de residências, apartamentos e escritórios já existem drenos previstos em projeto que muitas vezes estão escondidos dentro das paredes indicadas a receber os splits.


Com relação ao dimensionamento da máquina, ou mais claramente falando, na quantidade de BTUs que o equipamento deve ter, deve-se ter em conta o volume do ambiente a ser refrigerado e as possíveis perdas de calor. O contato com profissional do setor facilita a escolha e diminui a chance de erros no dimensionamento.

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Recomenda-se que não se coloque a unidade condensadora em ambientes fechados pois o calor será concentrado nesse ambiente; é o que ocorre em apartamentos onde por imprudência instalam-se estes equipamentos em varandas posteriormente envidraçadas. A falta de arejamento prejudica a refrigeração plena e apenas transfere o calor de um ambiente para outro.


Na linha de ventiladores, destaque para os ventiladores de teto feitos em fibras naturais ou hélices aerodinâmicas, bastante silenciosos e competentes; fuja dos tradicionais com pás desenhadas e elemento central em estilo barroco em formato de flor pois dificilmente se adequarão à estética dos ambientes (salvo raríssimas exceções) além de serem mais ruidosos.

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Os circuladores e os ventiladores em formato torre são interessantes por poderem ficar escondidos na decoração cumprindo seu papel no aumento da ventilação.


O importante é adequar tudo isto a um projeto arquitetônico que saiba tirar partido dos materiais, com uso de revestimentos corretos a cada tipo de situação. A consulta a um profissional no ato de projetar seu imóvel ou no momento da reforma pode ajudar em muito na criação de ambientes naturalmente confortáveis e que não necessitem de artificialismos para tanto.


As casas bandeiristas de séculos atrás são exemplo disto. O uso da taipa de pilão (paredes feitas em barro), o pé direito elevado, a ventilação cruzada nos ambientes, as telhas também de barro, as treliças e os beirais para não deixar o sol penetrar diretamente nos ambientes, fazia destas construções excelentes exemplos de adequação térmica, garantindo o frescor interno durante parte do dia e possibilitando seu gradativo aquecimento ao anoitecer.


Tanto a climatização artificial como a ventilação forçada são responsáveis por grande parte do consumo energético das grandes cidades, contribuindo indiretamente para a poluição ambiental e para as modificações bruscas sobre a natureza que tanto comprometem o futuro do planeta. A conscientização para a sustentabilidade propõe a retomada dos projetos verdes para as questões dos projetos ligados à climatização na arquitetura e a racionalidade é postura decisiva para tanto.

*Por Manolo Vilches, doutor em arquitetura pela PUCSP.


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