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Vendas entre vizinhos

Comércio em condomínios é fonte de renda na pandemia

Folhapress/Larissa Teixeira
20 jul 2020 às 16:41

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- Divulgação
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Bolos, marmitas e até cervejas artesanais são alguns exemplos de produtos que têm sido comercializados entre vizinhos durante a pandemia do novo coronavírus. Por um lado, há a necessidade de complementar a renda e, por outro, a facilidade de adquirir o que precisa perto de casa. Apesar do momento atual, não é de hoje que a prática comercial nos condomínios residenciais gera dúvidas.

O diretor de condomínio Omar Anauate, da Aabic (Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São Paulo), explica que a convenção define o uso do prédio, neste caso, como residencial. Ao mesmo tempo, diversos prédios aceitam atividades comerciais nas unidades, desde que não causem problemas no funcionamento do condomínio e nem incomodem os vizinhos.

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Isso não significa que um apartamento possa ser transformado em uma fábrica ou escritório, o que desviaria da finalidade de residência. Anauate destaca a importância do equilíbrio. "É preciso se adequar às rotinas do condomínio e buscar ter o menor impacto possível", afirma.

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"As atividades não podem interferir na saúde, no sossego e na segurança", diz o advogado Fernando Zito. Entre os impactos negativos, estão atividades que gerem barulho, aumentem o fluxo de pessoas e mercadorias no condomínio em excesso ou afetem financeiramente os demais, como fazer bolos para venda em um prédio em que as medições de gás e água não são individualizadas. Em caso de problemas, o síndico pode buscar medidas para cessar o comércio.

Ligia Ramos Volpi, 55, é síndica profissional da D'accord Síndicos e responsável por 17 condomínios. Em um prédio de 350 unidades no Brooklin (zona sul de SP), um grupo de moradores está organizando um evento que irá oferecer produtos feitos pelos próprios condôminos para os outros vizinhos. A previsão é que a iniciativa aconteça até o fim de julho e, caso dê certo, há a possibilidade de consolidar a proposta em uma assembleia futura. "É uma atividade boa para a comunidade, não só para o indivíduo", diz. Além disso, em outros três prédios, os quadros de avisos divulgam produtos dos moradores.


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