O objetivo do evento é sempre surpreender. Resgate urbano e valorização do patrimônio imóvel da cidade são algumas das suas características, conforme a organização. O diferencial começa na escolha do espaço. E, neste ano, toda a modernidade da 16ª Casa Cor Paraná, a franquia de arquitetura, design, decoração e paisagismo, transformará o Asilo São Vicente de Paulo, no Bairro Cabral, uma casa de 83 anos que abriga idosas, algumas com ainda mais idade do que o prédio.
A ideia é apresentar um desafio para os arquitetos, chamando atenção para o resgate de coisas que importam para a cidade. "É um imóvel desafiador. Tínhamos uma área de 30 mil metros quadrados com um potencial enorme. Mas faltava muita coisa, desde a regularização da sua situação a muitas reformas estruturais na área residencial", diz Marina Nessi, diretora do evento.
O projeto de transformação dos espaços foi pensado na futura utilização pelo local. Apesar de ser um asilo, tudo será novo. Novas redes elétricas e hidráulicas foram instaladas. Parte da estrutura física e benfeitorias serão aproveitadas pelas moradoras.
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O "canteiro de obras" foi isolado do restante do asilo, procurando causar o mínimo de transtorno para a vida na casa. Afinal, os moradores foram transferidos para um pavilhão anexo. Até a gestão dos resíduos da construção foi pensada para causar o menor impacto possível, sendo encaminhados para uma empresa de reciclagem.
Todos esses detalhes formam o evento, que este ano tem como tema "Eco-criatividade e Responsabilidade Social". Novos materiais, produtos, tecnologias e até os processos de construção foram pensados para essa edição. Entre eles uma estrutura de concreto pré-moldada e erguida a partir de uma base de concreto sustentável.
A tecnologia foi aplicada nos dois pavilhões que abrigarão áreas de convivência da Casa Cor. Terminado o evento, um espaço de 300 metros quadrados se transformará em um salão de festas com buffet, que irá ajudar na captação de recursos pelo asilo. Ao redor do pavilhão, um jardim e uma churrasqueira serão alguns dos primeiros espaços de visitação do evento. Depois, serão um dos portões de entrada da instituição.
De acordo com Marina, a orientação dada a todos os arquitetos que participam do evento é buscar manter a identidade, estilo e tom da cidade e do local escolhido.
A Casa Cor no Asilo São Vicente de Paulo já era negociada há 3 anos. "Foi possível quando o padre (José Aparecido Pinto) entendeu todas as benfeitorias que a Casa Cor faz.
Porém, tudo só foi acertado depois que o arquiteto Luiz Bacoccini levantou todas as necessidades do asilo e planejou a reestruturação dos espaços. O escritório de Bacoccini tratou de toda a gestão imobiliária do prédio, benfeitoria que também ficará para o asilo, após o encerramento do evento deste ano.