O novo Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), que será construído pela Petrobrás na capital fluminense, poderá ter marca londrinense. Um projeto apresentado pelo escritório do arquiteto e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL) Eduardo Suzuki foi selecionado para disputar a final do concurso que escolherá o projeto do Centro de Informações da obra.
O prédio será utilizado para recepção de visitantes e pesquisadores. Além de Suzuki, são co-autores do projeto os arquitetos Vany Kie Kanabushi e Allex De Paula Pietrobelli. A equipe de colaboradores é formada pelos estudantes Vidal Kovalek, Caroline Sacchetto, Caroline Nascimento Benek, Louisa Savignon Lepri e Mirian Diva De Lima Segantin, além de Sandra Rodrigues Suzuki, diretora do escritório.
O concurso é promovido pela seccional carioca do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB-RJ). Foram 116 projetos inscritos, com apresentação de 89 trabalhos. A proposta de Suzuki está entre os três finalistas que apresentarão anteprojetos mais elaborados para julgamento. Caso seja escolhido, ele terá a possibilidade de assinar um contrato para execução da proposta, com todos os projetos complementares.
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O orçamento total do centro é de R$ 9 milhões, com R$ 883,5 mil reservados ao contrato com todos os projetos. A área total do Comperj é de 45 milhões de metros quadrados, com investimento total de US$ 8,4 bilhões.
O Centro de Informações idealizado pela equipe londrinense terá 3,3 mil metros quadrados de área construída em terreno de 39,2 mil metros. Como a área é um sítio arqueológico, onde ficam as ruínas do Convento de São Boaventura, construído em 1567, os arquitetos propuseram um prédio que vai reverenciar e permitir a apreciação dessa construção antiga e da natureza circundante, que inclui a exuberância da Serra do Mar. ''Quisemos criar uma atmosfera de respeito às ruínas'', diz Suzuki.
De concepção ousada, o Centro de Informações foi desenhado em estrutura semi-enterrada para permitir a integração do edifício com a topografia natural do terreno. A cobertura é uma laje-jardim que, além de amenizar o aquecimento interno e proporcionar conforto ambiental, se integra à paisagem. O projeto também adota outras iniciativas ecologicamente corretas. Captação de energia solar, aproveitamento de águas pluviais, uso de materiais sustentáveis e o aproveitamento da iluminação natural, inclusive através de aberturas no teto, são alguns dos exemplos.
O arrojo estrutural está visível na volumetria marcante e no uso de estruturas metálicas que vencem grandes vãos. Suzuki optou por uma arquitetura sem exageros. As brises utilizadas para regular a insolação têm formato inusitado, inspiradas nas estruturas moleculares dos hidrocarbonetos que são a base da indústria petroquímica.
''Como é um edifício público, procuramos incorporar solidez, durabilidade e facilidade de manutenção às estruturas, para minimizar gastos'', explica Suzuki.
O projeto prevê, ainda, felxibilidade no uso das estruturas internas, que incluem salão de recepção, auditórios, biblioteca, um museu e áreas de reuniões, administrativa e de serviços.