É verdade que hoje os homens são mais participativos na rotina doméstica, mas ainda é mais predominante entre as mulheres o desafio de conciliar carreira e família. Além da remuneração inferior à dos homens, as mulheres que trabalham fora lidam com o dilema diário "sou uma mãe boa o suficiente para meu filho?". É inevitável.
Uma pesquisa conduzida pelo LinkedIn com mulheres de 13 países, incluindo o Brasil, indicou que 63% delas definem o sucesso profissional como equilíbrio entre a vida pessoal e a profissional. Por outro lado, uma pesquisa da Robert Half, de 2013, aponta que em 85% das empresas, menos da metade das funcionárias retorna à vida profissional após o nascimento de seus filhos. "As organizações têm muito a perder com esse cenário, já que as mulheres têm se mostrado grandes líderes e com características peculiares como a sensibilidade e a intuição", afirma Maria do Carmo Marini, consultora CEOlab especializada em Desenvolvimento de Pessoas e Coach.
A solução encontrada por muitas mulheres e algumas empresas é o home office, modalidade onde a pessoa passa a trabalhar na própria casa e pode, assim, acompanhar o dia a dia de seus filhos. Para Maria do Carmo, essa é uma tendência mais frequente entre as mulheres que já estão no segundo filho. "Além de valorizar o tempo que passam com as crianças, as mulheres avaliam o custo de babás e escolinhas, que acabam sendo muito altos em relação ao salário", explica.
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Um grande problema enfrentado pelas mulheres que fazem home office é a constante interferência dos familiares durante o horário de trabalho, principalmente, por parte das crianças. Maria do Carmo recomenda que a mãe estabeleça seus horários de atividade profissional e compartilhe com seus familiares a importância de cumpri-los. "A disciplina no trabalho em casa é fundamental para garantir produtividade e qualidade dos resultados. Além disso, o ideal é que todos os demais moradores da casa respeitem o seu trabalho e também que se tenha um espaço dedicado para as suas tarefas profissionais", conclui.
Como criar o seu escritório em casa
Segundo as sócias Cristina Rocha Andrade e Patricia Rocha, do escritório Rocha Andrade Arquitetura & Interiores não é preciso muito espaço para ter um bom escritório em casa. Para Cristina, arquiteta, o principal são as instalações elétricas e iluminação. "É importante ter luz direta iluminando a bancada. O ideal é ter a mesa de trabalho próximo à janela para explorar ao máximo a incidência de luz natural. Se não for possível, pode-se utilizar luminárias direcionadas para a bancada", explica.
Ter pontos de energia suficientes para atender aos diferentes aparelhos eletrônicos (computador, telefone, carregador de celular) também é uma necessidade importante. "Uma solução é fazer um painel falso na parede com portas para ocultar os fios. Pode-se também colocar uma régua na própria mesa para ficar fácil acesso de tomadas", afirma Cristina.
Patricia Rocha, designer de interiores, chama atenção para o mobiliário. "É fundamental que se tenha conforto e móveis ergonomicamente corretos. Isso contribui para a concentração do usuário", explica. Para ela, a cadeira precisa ter regulagem de altura, do encosto e dos braços e, se for giratória, melhor ainda. As medidas ideais para a bancada são 75cm de altura, 100 cm de largura e 55 cm de profundidade.
Outra dica das profissionais é manter o espaço organizado com caixas, pastas suspensas e organizadores de maneira que os materiais fiquem sempre à mão. Com relação à decoração, elas recomendam o uso de tons neutros e sóbrios (bege, branco, palha) e a aplicação de cores mais vibrantes apenas nos detalhes, como porta-canetas, murais e organizadores.
"O mais importante é ter um ambiente designado para o trabalho. Seja num ambiente exclusivo para isso ou compartilhado, esse espaço é essencial para ajudar as mamães a focarem nas atividades e manterem a concentração", finaliza Patricia.