Uma pesquisa realizada por alunos do curso de Arquitetura do Centro Universitário Filadélfia (Unifil) analisou questões urbanísticas em um dos bairros mais carentes de Londrina, o União da Vitória, na Zona Sul de Londrina. O objetivo foi avaliar o nível de satisfação dos moradores quanto aos equipamentos e infraestruturas, e de que modo percebem e se apropriam do espaço urbano local.
Participaram do estudo os alunos João Gabriel da Silva, Letícia Rodrigues Carvalho, Stephanie Purtscher Gardeman, Tatiane Correia Zanin e William da Silva Moraes.
O União da Vitória começou a se formar em 1985 a partir da ocupação efetivada por algumas famílias em um terreno que pertencia à Companhia de Habitação (COHAB) de Londrina desde 1977. O grupo havia migrado da zona rural do município em busca de trabalho e melhores condições de vida. A princípio, instalaram-se em favelas já constituídas na cidade – Favela Nossa Senhora da Paz, Favela Marisa e a Favela do Franciscato. A localidade, apesar de considerada uma favela, por constituir-se de casas e instalações simples, foi regularizada e transformada em bairro em 1996, sendo incluída no zoneamento municipal e recebendo as devidas instalações infraestruturais.
Leia mais:
Aneel diminui para amarela a bandeira tarifária de energia elétrica em novembro
Caixa trava concessão de financiamento imobiliário às vésperas das novas regras
Número de pessoas que moram sozinhas aumenta e chega a 18,9% do total de lares do Brasil, diz Censo
Leilão da Caixa tem 500 imóveis; 32 no Paraná, inclusive em Londrina
Para diagnosticar as condições urbanísticas do bairro, o grupo fez visitas de campo, entrevistou moradores e aplicou questionários e mapas mentais junto à população. A principal constatação, embora o bairro já exista há 18 anos, foi de que as benfeitorias não são suficientes ou adequadas às necessidades da população. Entre as maiores deficiências da localidade estão a ausência de espaços públicos de qualidade - além da má preservação dos existentes - e irregularidades nas dimensões das vias públicas, o que inviabiliza a coleta de lixo em 100% do bairro, gerando acúmulo de resíduos em alguns trechos.
Segundo o estudo, as condições são mais favoráveis nos pontos mais altos e mais antigo do bairro onde o asfalto é adequado, há boa iluminação, rede de esgoto, abastecimento de água e coleta de lixo. A análise ainda destaca que o bairro conta com coleta seletiva, que é separada posteriormente por moradores através de um programa desenvolvido pela empresa Kurica Seleta.
De acordo com o artigo, os aspectos analisados têm grande importância e devem ser considerados na elaboração de futuros projetos urbanísticos para o bairro. A pesquisa também concluiu que a área estudada apresenta grande potencial para implantação de equipamentos e mobiliários urbanos devido à existência de locais destinados a ELUP’s (Espaços Livres de Uso Público).