O alto custo da mão de obra vem crescendo em participação entre os principais problemas da indústria da construção. É o que revelou a última Sondagem Indústria da Construção, pesquisa realizada no período de 1º a 15 de julho de 2011 junto a 411 empresas, sendo 212 de pequeno porte, 149 médias e 50 grandes, pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).
A alternativa foi assinalada por 40,4% das grandes empresas e só perde para a falta de trabalhador qualificado, com 68,1%, e a elevada carga tributária, com 48,9% das assinalações.
De acordo com Paulo Degani, gerente de produtos da PDCA Engenharia, empresa que há 15 anos atua no setor, a elevação dos custos de mão de obra indicam a necessidade de melhoria na produtividade na construção civil. "Isso passa necessariamente por padronização de processos construtivos e as empresas devem estar atentas para este aspecto", destaca Degani.
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Como comparação, no segundo trimestre de 2010, o item foi assinalado por 21,9% das grandes empresas, quando era apenas o quinto entre os principais problemas. Entre as médias e pequenas empresas essa opção foi também a terceira mais assinalada, com 31,9% e 32,3%, respectivamente.
Em comparação ao trimestre anterior, destaca-se a forte retração de assinalações do item condições climáticas, por fatores sazonais (chuvas). Entre as pequenas empresas, esse item caiu de 35,4% para 15,9%, tornando-se apenas o sétimo principal problema.
Entre as grandes empresas, os que mais cresceram foram a elevada carga tributária (de 22% para 48,9%), competição acirrada de mercado (de 18% para 34%), alto custo da mão de obra (de 28% para 40,4%) e licenciamento ambiental (de 8% para 17%).
Entre as pequenas empresas, cresceram os itens falta de matéria-prima (de 2,8% para 12,4%) e alto custo da matéria-prima (de 13,3% para 17,4%). Com relação ao mesmo trimestre de 2010, há uma sensível alteração na percepção do empresário quanto aos problemas do setor. Além do alto custo da mão de obra, cresceram também a falta de demanda entre as pequenas empresas (de 8,5% para 17,9%) e a competição acirrada de mercado entre as grandes (de 15,6% para 34%).
Entre as que perderam participação, destacam-se a elevada carga tributária entre as pequenas empresas (de 64,6% para 48,8%) e a falta de trabalhador qualificado entre as grandes (de 81,3% para 68,1%).