Política

Vereador denunciado espera por vaga na Assembléia

08 jan 2001 às 15:42

O vereador de Curitiba, Aparecido Custódio da Silva (PFL), que está sendo denunciado por apropriação indébita de recursos públicos, acredita que até o fim da semana assuma como suplente uma vaga de deputado estadual. Ele ficará no lugar de Nelson Justus (PTB), que será secretário dos Transportes.

"Tudo depende de quando o deputado Justus assumir a secretaria, que será nos próximos dias", disse. O presidente da Assembléia disse que até o fim da semana espera voltar oficialmente ao governo de Jaime Lerner (PFL). Ele havia ocupado a Secretaria de Indústria e Comércio no primeiro mandato de Lerner.


"Tenho que resolver algumas questões da Assembléia, conversar com o governador e com o pessoal da secretaria, por isso a transferência vai levar alguns dias", afirmou Justus. A mudança de Custódio da Silva da Câmara Municipal para a Assembléia é polêmica porque o vereador está sendo denunciado pelo Ministério Público por apropriação indébita de recursos públicos. Ele foi acusado de desviar recursos da Câmara Municipal entre 1993 e 1999 através da retenção de parte dos salários de seus assessores e destinação indevida da verba de assistência social.


Quando assumir a vaga de deputado estadual, Custódio da Silva ganhará a imunidade parlamentar que não tem como vereador. Ele só poderá ser processado na Justiça se a Assembléia Legislativa autorizar. O vereador afirma que sua transferência para a Assembléia não tem como objetivo "fugir" do processo movido pelos promotores públicos. "Assim que assumir vou escrever uma carta ao presidente da Assembléia pedindo que ele suspenda a minha imunidade apenas para esse processo". Ele diz que foi denunciado por "picaretas" em ano político.


O vereador foi reeleito em 2000 com 11 mil votos. Em 1996 ele tinha feito 17 mil votos. "Estou apanhando da mídia há dois anos e isso causa um desgaste natural". Sobre as acusações de retenção de parte dos salários e uso indevido de verba de assistência social o vereador prefere não falar. "Está tudo na justiça, já tive uma audiência e vou mostrar que se trata de denúncia vazia."

Leia mais em reportagem de Emerson Cervi, na Folha do Paraná desta terça-feira


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