Política

Sindicatos ligados à CUT fazem ato de apoio a Lula no Rio de Janeiro

06 mar 2016 às 19:14

Dezenas de manifestantes da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e de diversos sindicatos ligados à entidade promoveram neste domingo (6), em frente à sede da Rede Globo, no Jardim Botânico, na zona sul do Rio, manifestação em defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Eles protestaram contra a condução coercitiva - quando a pessoa é levada para prestar depoimento e depois é liberada - do ex-presidente pela Polícia Federal (PF) na última sexta-feira (4).

A manifestação foi pacífica, começou por volta das 10h e contou, de acordo com informação extraoficial da Polícia Militar, com cerca de 300 pessoas. Na avaliação de dirigentes petistas, eram mais de 2 mil.


Com faixas e cartazes de apoio ao ex-presidente, críticas ao juiz federal Sérgio Moro e palavras de ordem, os manifestantes se revezavam nos microfones de um pequeno carro de som instalado no local.


Um manifestante fantasiado de bruxa, com um grande nariz preso ao rosto, dizia que representava o Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB) e os tucanos. Outros carregavam uma grande jararaca de papelão e pano numa alusão à declaração do ex-presidente, feita em entrevista após a condução coercitiva pela PF: "Se querem matar a jararaca, têm de bater é na cabeça, não no rabo. Porque isso só a deixa mais brava".


Para o manifestante Ricardo Montenegro, professor da rede estadual de ensino, os manifestantes presentes à Rua Von Martius, no Jardim Botânico, estavam ali na expectativa de barrar o "golpe" que está sendo tramado contra o povo brasileiro por parte do Judiciário. "É contra esse golpe sim, um golpe que está sendo articulado no Judiciário contra as garantias individuais e contra a democracia tão duramente conquistada depois da ditadura".


Também presente à manifestação, o prefeito de Maricá e presidente estadual do PT, Washington Quaquá, afirmou que o "sequestro" de Lula pela PF uniu ainda mais o partido. ""O sequestro promovido pelo juiz Sérgio Moro foi também o sequestro da democracia e, por isso mesmo, o país está mais unido do que antes", disse.


Algumas pessoas que passavam pelo local se posicionavam contra a manifestação. Uma delas, que se identificou apenas como Maria, disse que não via qualquer sentido no ato. "Não tem qualquer sentido, na medida em que eles estão se posicionando contra os fatos, sejam eles verdadeiros ou não. A imprensa está fazendo o seu papel que é o de noticiar. Ela tem que noticiar".


"Quando a imprensa parar de divulgar [os fatos] aí vira ditadura. Eles não podem é atacar a imprensa, têm que fazer outro tipo de manifestação. Atos como esse têm que ser feitos em outro lugar, em frente ao Palácio [do Planalto], ou na rua mesmo, mas não atacando a imprensa, nesse ponto eles estão errados", disse.


Ricardo de Franco, desempregado, morador do bairro há mais de 30 anos, disse não entender muito de política, mas defendeu o direito de todos, indistintamente, de se manifestar contra ou a favor do que consideram certo ou errado. "Acho que pelo que falam em relação à democracia, tá todo mundo defendendo o seu direito de protestar e qualquer movimento é válido desde que para o bem. Você tem liberdade de fazer o que quiser, desde que respeite também o direito do próximo. "Não entendo muito de política, mas as investigações têm que ser feitas.

A manifestação durou cerca de 1h20 e por volta das 11h30 os participantes começaram a deixar o local. Antes, porém, os manifestantes foram convocados a participar de plenária de amanhã (7), às 20h, na Associação do Comércio, quando serão discutidas as próximas ações do movimento em defesa do ex-presidente.


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