O senador Osmar Dias (PDT-PR) fez um alerta em Plenário nesta terça-feira (17) sobre a situação de conflito entre proprietários rurais e índios da etnia Xetá no município de Umuarama. De acordo com o parlamentar, a Fundação Nacional do Índio (Funai) pretende desapropriar as terras e entregá-las aos índios sem indenizar os donos legítimos que a adquiriram do estado durante colonização no início do século 20.
"Quero uma reunião com a Funai e reunião com o presidente Lula, pois essa é uma questão de segurança nacional. Vai haver conflito na região de Umuarama. Se não resolver, vou ao presidente da República. A Funai não está vendo a gravidade do conflito que pode ocorrer na região", criticou.
Osmar Dias defendeu o direito dos cerca de mil proprietários rurais que vivem na região e que constituíram suas famílias que já estão na terceira geração: "essas pessoas estão desanimadas, sem dormir à noite, preocupadas com as futuras gerações".
A situação teria se originado, avalia o senador, a partir de uma tese de mestrado da antropóloga Cássia Regina Soares Cardoso, segundo a qual supostamente a etnia Xetá teria vivido na região.
Seria com base nessa informação que a Funai defende que a posse da terra caiba aos indígenas remanescentes. O senador enfatizou que restam apenas sete índios dessa etnia e disse não haver comprovação de que eles tenham habitado o noroeste do Paraná.
Para embasar seu argumento, Osmar Dias leu carta do bispo daquela diocese, dom Vicente Costa, em que o religioso manifesta preocupação com a possibilidade de conflito. Na carta, relata o parlamentar, o bispo enfatiza que, mesmo a Igreja tendo por hábito a defesa dos índios, disse ser contrário à injustiça.
Osvaldo Sobrinho (PTB-MT), em aparte ao colega, criticou o desconhecimento da realidade de órgãos oficiais como a Funai, que acabam por transformar terra produtiva, trabalhada por famílias durante longos períodos, em "terra de ninguém".