O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) deverão ter pouca influência nas eleições municipais deste ano em três das principais cidades paranaenses, Londrina, Maringá e Curitiba, na avaliação de cientistas políticos ouvidos pela Folha.
Em alguns casos, as presenças poderão causar até um efeito negativo, em função da rejeição aos dois nomes por partes do eleitorado. Já o apoio de Ratinho Júnior (PSD) deverá ter pesos diferentes, assim como a presença do governador nas campanhas, já que seu grupo político ficou dividido em algumas cidades.
Na prática, o eleitor já tem em mente quais candidatos representam cada campo político, o que tende a reduzir a influência direta de Lula e Bolsonaro. Mas, como o ex-presidente venceu com folga as eleições presidenciais de 2018 e 2022 nas três cidades, candidatos mais identificados com seu campo político devem levar vantagem.
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São os casos de Tiago Amaral (PSD) em Londrina, que tem um vice do PL; de Silvio Barros (PP) e Edson Scabora (PSD) em Maringá; e de Eduardo Pimentel (PSD) em Curitiba.
Para o cientista político e professor da PUCPR Mário Sergio Lepre, a eleição deste ano sela a aproximação entre Bolsonaro e o PSD do Paraná.
“O Bolsonaro tinha uma restrição ao PSD do Gilberto Kassab (presidente nacional da sigla), mas não ao Ratinho Júnior. O Ratinho aqui sempre foi muito próximo dele. Perceberam que no Paraná os grupos do governador e do Bolsonaro são próximos e que, se houvesse um distanciamento, haveria o risco de perder algumas cidades ou de abrir o flanco para um terceiro candidato”.
Esse cenário, destaca Lepre, levou a candidaturas que não são tradicionalmente ligadas ao bolsonarismo, como a de Tiago Amaral e a de Eduardo Pimentel.
“O Bolsonaro deve ter calculado essa estratégia. O candidatos não vêm com a lógica do ‘candidato do Bolsonaro’. Em Curitiba, o Pimentel é o candidato do prefeito (Rafel Greca), do governador e do Bolsonaro, mas o Greca e o Bolsonaro não se ‘bicam’. Em Curitiba vai ter um candidato apoiado pelo Bolsonaro, mas não é um ‘candidato bolsonarista’”.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: