O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), foi absolvido do processo de cassação pelo plenário com 40 votos pela absolvição, 35 votos a favor e seis abstenções. Para aprovar a cassação ou a absolvição eram necessários a maioria simples dos 81 senadores, ou seja, 41. Com isso, Renan fica livre do primeiro dos quatro processos.
Renan Calheiros enfrentou um processo por quebra de decoro parlamentar após uma representação do P-SOL, baseada em uma reportagem da revista Veja. O texto diz que o senador tinha contas pessoais pagas por um funcionário da construtora Mendes Júnior. Entre elas, a pensão da filha com a jornalista Mônica Velloso.
Uma perícia da Polícia Federal mostrou que os documentos apresentados por Renan Calheiros, "isoladamente", não comprovam que ele tinha recursos suficientes para fazer os pagamentos. O Conselho de Ética e a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) aprovaram o relatório dos senadores Renato Casagrande (PSB-ES) e Marisa Serrano (PSDB-MS) com uma lista de oito argumentos contra Renan.
A primeira representação, agora arquivada no plenário, pedia a cassação do mandato a partir da denúncia de que o senador teria tido contas pessoais pagas por um lobista. Essa representação, aprovada no Conselho de Ética, foi votada e derrubada no plenário.
A segunda representação, que investiga se Renan Calheiros teria beneficiado a cervejaria Schincariol depois que a empresa comprou uma fábrica superfaturada do irmão dele, tramita no Conselho de Ética. O relator do processo, senador João Pedro (PT-AM), recebeu a defesa escrita de Renan. Cabe ao relator analisar a documentação e decidir depoimentos ou diligências.
A terceira representação contra Renan Calheiros, que investiga se ele teria usado o nome de outras pessoas para comprar emissoras de comunicação em Alagoas, o que é proibido pela legislação brasileira. O pedido ainda aguarda a definição de relator no Conselho de Ética.
O P-SOL apresentou também uma quarta representação, que pede ao Conselho de Ética a investigação de denúncias de que Renan Calheiros e o lobista Luiz Garcia Coelho fariam parte de um esquema em ministérios do PMDB para favorecer o banco BMG na obtenção de facilidades nos contratos de empréstimos consignados.