O Governador do Estado do Paraná, Beto Richa, quebrou o silêncio e falou sobre as manifestações dos servidores estaduais na manhã desta quarta-feira (29), em entrevista à rádio CBN Curitiba. Servidores estaduais se concentram em frente à Asssembleia Legislativa do Paraná (Alep) desde o final de semana, em protesto contra o projeto de lei que promove alterações no Regime Próprio da Previdência Social.
Ele classificou a greve como "jogo político, sem justificativas para paralisações". "A proposta foi amplamente discutida antes da votação. O Fórum Estadual de servidores participou do debate, mas não concordou porque você não convence aquele que não quer ser convencido", disparou.
Sobre a possibilidade de ter o certificado de regularidade previdenciária cassado pelo Governo Federal, o chefe do Executivo voltou a falar de "estratégias políticas de oposição". "Eu busquei informações sobre o ministro da Previdência, que é do PT (Partido dos Trabalhadores), com profundas ligações com lideranças petistas do Paraná", disse, referindo-se ao responsável pela pasta, Carlos Eduardo Gabas. Se as alterações no Parana Previdência forem consideradas ilegais, o Estado fica impedido de contratar empréstimos nacionais e internacionais, bem como receber verbas da União.
Richa negou que tenha pedido o esvaziamento das galerias da Alep para o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB). "Embora seja do meu partido, ele tem um poder independente e liberdade de entender o que é melhor para preservar a integridade física dos deputados, funcionários e, inclusive, dos manifestantes".
O governador também se esquivou de comentar os confrontos entre grevistas e Polícia Militar. Segundo ele, a decisão de recrutar contingente do interior partiu da Secretaria de Segurança Pública. Aos manifestantes, ele pediu "paciência e discernimento" e estendeu o mesmo aos policiais.
A votação final das alterações no Paranaprevidência está marcada para a tarde de hoje.