Em uma nova tentativa de emplacar um pacote de ajuste fiscal, o governo do Paraná enviou na terça-feira, 31, à Assembleia Legislativa proposta do governador Beto Richa (PSDB) que prevê a negociação com devedores e a antecipação de créditos para o caixa do Estado. O projeto, porém, esbarrou na Comissão de Constituição e Justiça da assembleia, que decidiu convocar o secretário da Fazenda, Mauro Ricardo dos Santos, para dar mais detalhes sobre a proposta.
Segundo as contas do Estado, o Paraná tem R$ 18 bilhões a receber. A iniciativa do governo faz parte do pacote de medidas de austeridade que seria votado no início do ano. Em fevereiro, no entanto, quando Richa tentou votar, entre outras medidas, um corte de 24,5% no Orçamento do Estado, servidores protestaram e ele foi obrigado a recuar do ajuste. Desta vez, o governo enviou uma medida mais "amena" à Assembleia na tentativa de obter apoio dos deputados.
Segundo o deputado estadual Professor Lemos (PT), essa tentativa do governo pode ser negativa, se não houver controle. "Não queremos ser os exterminadores do futuro, pois, se aprovarmos a lei da forma como está, o governo terá total liberdade de negociar as antecipações de créditos e as dívidas."
O líder do governo na assembleia, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), concorda com a convocação. "Ele vai explicar e detalhar todo o projeto de ajuste fiscal e esclarecer qualquer dúvida que os deputados ainda possam ter", afirmou.
Para o petista Professor Lemos, o projeto para a antecipação de créditos exige cautela. "São recursos que, se forem adiantados, colocarão em risco os governos futuros. Precisamos ter muito cuidado."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.