Política

Requião reafirma candidatura para 2002

19 jan 2001 às 09:57

O senador e presidente estadual do PMDB Roberto Requião (PMDB-PR) reafirmou na noite desta quarta-feira, durante reunião com os sete deputados da bancada estadual do partido, que será candidato ao governo do Estado em 2002. Pavimentando a candidatura com as pesadas críticas que desfere contra o governo Jaime Lerner (PFL) - principalmente contra a privatização da Copel - Requião garantiu que vai visitar os 399 municípios do Paraná nos próximos 90 dias, acompanhado de deputados.

"Ele disse o que nós queríamos ouvir", descreveu o deputado Nereu Moura, líder do PMDB na Assembléia Legislativa. A oposição aposta no descontentamento da população com os partidos de situação, o que ficou evidenciado nas eleições de outubro do ano passado em todo País. De acordo com Moura, as chances da oposição emplacar a eleição são boas devido ao desgaste da imagem do governador.


O deputado peemedebista Orlando Pessuti emendou o comentário e lembrou que Requião obteve votação próxima a Lerner nas eleições de 98. "O Jaime Lerner conseguiu 51% dos votos e o Roberto Requião 46%. A diferença foi pequena", comentou. O PMDB estuda a composição com outros partidos, como PT e PDT. Até o PSDB foi cogitado para compor uma chapa. "Mas antes eles terão que resolver se vão perfilar-se realmente na oposição. Apesar dos senadores (ambos tucanos) Osmar Dias e Alvaro Dias serem oposicionistas, há um acordo branco dos demais integrantes com o governo", disse o senador. "O PMDB está aberto para costuras", arrematou.


Requião disse que o partido precisa reforçar sua estrutura. Essa será a tônica nos próximos meses. Os deputados vão elaborar um roteiro e acompanhar o senador pelo interior do Estado. "O objetivo é fortalecer a base, conversando com prefeitos e vereadores. No segundo semestre, começa uma etapa mais avançada e para solidificar a candidatura", explicou o peemedebista Caíto Quintana, que ocupa até 15 de fevereiro a presidência da Assembléia.


Além de lançar candidatura própria ao governo do Estado, o partido quer ainda aumentar a presença em no Congresso, em Brasília, e no Paraná. Segundo Pessuti, a intenção é que a bancada na Assembléia - hoje formada por sete deputados - passe a contar com 14 integrantes. Na Câmara, a meta é elevar de cinco para nove ou 10 deputados federais. No Paraná, o PMDB pretende atrair os descontentes com o Palácio Iguaçu. A eleição para a mesa executiva da Casa, em dezembro, desencadeou muitas mágoas entre os deputados. O descontentamento vai desde o ex-líder do governo, Valdir Rossoni (PTB), que preferia ter sido o candidato à presidência e acabou ficando com a primeira secretaria, até a articulação de um bloco "independente", que teria cerca de 12 integrantes e tomaria posições desvinculadas do Palácio Iguaçu.

O senador garantiu que nas viagens pelo interior a privatização da Copel vai ser tema recorrente. "Vamos conscientizar a população. A Copel é uma empresa lucrativa e garantia de energia barata", justificou. Também estiveram presentes da reunião de quarta-feira o vereador de Curitiba Marcelo Almeida (PMDB) e membros da executiva do partido.


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