O ex-ministro de Previdência Social Reinhold Stephanes, presidente do Banestado no período de transição para a privatização durante o governo Jaime Lerner, se filiou nesta segunda-feira ao PMDB. Ele disse que é contra a privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e criticou o governo do Estado na condução da administração financeira.
"Eu acho que o governo Lerner tem virtudes, mas cometeu muitos erros. Os problemas de caixa são os que mais estão pesando. A administração financeira do Estado não foi boa. O Paraná cresce economicamente, mas tem índices alarmantes de pobreza e exclusão social", analisou ele, recém-saído do PFL - partido no qual ficou filiado por mais de 21 anos.
O problema de caixa do Estado foi apontado por Stephanes como o principal motivo para a venda da Copel. "Eu dizia na época da privatização do Banestado que se o banco tivesse sido bem administrado nos últimos três anos, não precisaria ser privatizado. A Copel não é um banco e foi bem administrada. Geração de energia ninguém tem. É muito complicado privatizar uma fonte básica de necessidade do Estado, que é a produção de energia", exemplificou.
Stephanes, que foi deputado federal por quatro mandatos e perdeu a última eleição pelo grupo do governador Jaime Lerner disse que se sentia há três anos desconfortável no PFL. "O partido mudou muito. Os dirigentes do PFL no Estado nada têm a ver com o perfil do partido", criticou ele. "Não me coloco hoje como oposição ao governo Jaime Lerner. Eu me coloco a favor de um novo programa para o Estado. A favor do futuro", discursou.
O filho do ex-ministro, Reinold Stephanes Júnior, presidente licenciado do diretório municipal do PFL, disse que está pensando sobre sua saída do partido de Lerner. Ele - que é vereador de Curitiba - quer disputar as eleições do ano que vem como candidato ao Senado. Espaço que ele já teve garantido no PSB e no PL. Agora, Júnior está negociando com o PMDB. "O PFL é um partido que tem muitos caciques e poucos índios. Vou decidir meu futuro ainda este mês", analisou.
O vereador de Curitiba Alexandre Khury (sem partido) também prestigiou a cerimônia. Ele pretende definir em duas semanas seu futuro político. "Há uma grande possibilidade que eu ingresse no PMDB", admitiu ele, que foi eleito pelo PFL. Ele tem duas possibilidades. Ir para o PMDB ou acompanhar o vice-prefeito de Curitiba Beto Richa (PTB) para o PSDB, caso o senador Álvaro Dias deixe o partido.
O senador Roberto Requião, presidente do diretório regional do PMDB, comemorou a entrada de Stephanes no partido. "Ele sempre foi um lutador, apesar de estar em outro partido. Hoje ele está decepcionado com a política estadual e nacional. É importante recepcioná-lo no PMDB", considerou.