O ex-delegado-geral da Polícia Civil João Ricardo Képes Noronha terá o recesso do Judiciário, que acaba dia 31 de julho, para preparar sua defesa. A 8ª Vara Criminal de Curitiba ainda não acatou a denúncia de corrupção oferecida pelo Ministério Público (MP) contra o Noronha porque aguarda a defesa prévia do ex-delegado-geral.
Entretanto, o delegado-geral da Polícia Civil, Leonyl Ribeiro, diz que não intimou Noronha porque ainda não recebeu a documentação. Por ser funcionário público, Noronha terá que receber a intimação das mãos do atual chefe da Polícia Civil. Noronha tem prazo de 15 dias, após o recebimento da intimação, para apresentar a defesa. A análise deve ficar para agosto.
Na semana passada, o Conselho da Polícia Civil formou uma comissão composta por três delegados para investigar a denúncia de corrupção contra Noronha. A denúncia, feita no mês passado, foi protocolada pela Promotoria de Investigações Criminais (PIC) e encaminhada para a 8ª Vara Criminal de Curitiba, e comprovaria ligações financeiras entre Noronha e os empresários Joarez França Costa (o Caboclinho) e Paulo Pacheco Mandelli - ambos investigados por suspeita de chefiarem desmanches de carros roubados no Paraná.
Noronha, que hoje é presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Paraná (Adepol), teria contratado uma empresa de pré-moldados de concreto para construir um galpão de 600 metros quadrados na chácara de sua propriedade em Campo Magro (Região Metropolitana de Curitiba). O galpão seria construído num prazo entre 30 e 45 dias e custaria R$ 16,8 mil. A empresa teria sido paga com cheques de Mandelli e Caboclinho. A comissão terá 30 dias para realizar as investigações internas sobre o caso e chamar Noronha para prestar esclarecimentos. O prazo poderá ser prorrogado por mais 60 dias.
Noronha nega as acusações feitas contra ele e se diz vítima de uma perseguição de promotores e policiais militares da PIC.