O PT inicia neste sábado uma ofensiva para mobilizar a militância e tentar levar para as ruas a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Serão realizadas reuniões dos diretórios municipais de todo o país para colocar em prática a estratégia de massificação que marcará a terceira fase da campanha eleitoral.
O primeiro passo foi o de dar ênfase à ampliação das alianças e à apresentação das propostas de governo. Foram providências necessárias para diminuir a rejeição ao partido e ao candidato. Agora, o comando da campanha investe na mobilização dos militantes históricos do partido, que andam desconfiados do figurino moderado que Lula tem exibido para cativar o segmento conservador do eleitorado.
Nos comícios mais recentes, que têm reunido cerca de 10 mil pessoas, em média, o próprio Lula tem feito discursos otimistas para estimular os militantes do PT. Esses comícios serão exibidos mais vezes nos programas eleitorais, procurando estabelecer uma sinergia entre a campanha de rua e a da televisão.
Um calendário de manifestações está sendo preparado para as próximas semanas. A principal será em 13 de setembro - uma sexta-feira. A militância petista será conclamada a ir às ruas, em caminhadas, panfletagens, carreatas e outras manifestações políticas. A chamada do dia especial será: ''No dia 13, vote no 13, vote na mudança. Agora é Lula''.
A motivação da militância na reta final da campanha é considerada no Partido dos Trabalhadores vital para a vitória de Lula. ''A militância é o nosso 12º jogador, o diferencial. Sem ela, o partido fica desfigurado'', observa o coordenador de mobilização da campanha, Francisco Campos. Ele acha que o corpo-a-corpo dos militantes fará com que Lula arranque, no segundo turno, com um volume de campanha bem superior ao do adversário, Ciro Gomes (PPS), José Serra (PSDB) ou quem quer que seja.
A mobilização, denominada Operação 65, será concentrada nos três maiores colégios eleitorais - São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro - e nas 62 cidades com mais de 200 mil habitantes, que concentram mais da metade do eleitorado. Além das manifestações do dia 13, outros eventos mobilizadores estão sendo preparados.
Lula deve se encontrar com jovens dia 5 em Brasília para lançar o programa primeiro emprego. Depois, ele lança o programa de combate ao racismo, dia 9, em Salvador. No dia 20, Lula fará uma caminhada, no Rio, com mulheres, tendo à frente a governadora Benedita da Silva, e a prefeita de São Paulo, Marta Suplicy. No dia 21, também no Rio, o candidato do PT participa da manifestação que marca o Dia Nacional de Luta pelos Direitos dos Portadores de Deficiências.