O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina denunciou nesta segunda-feira (14) seis pessoas pela acusação de formação de quadrilha no oferecimento de propina para vereadores, a fim de votar em projetos de interesse da prefeitura e contra a abertura de Comissão Processante (CP) para investigar o prefeito Barbosa Neto.
Entre os citados está o presidente da Sercomtel, Roberto Coutinho Mendes. Ele é apontado pelo Ministério Público como o responsável por angariar parte do montante dos valores em dinheiro que seriam destinados ao pagamento de vantagens indevidas (propina) aos vereadores que porventura viessem a aderir aos propósitos da quadrilha.
De acordo com o MP, Coutinho providenciou um saque de R$ 5 mil em espécie para o pagamento de propina ao vereador Amauri Cardoso (PSDB), autor da denúncia. O valor foi retirado de conta bancária em nome do presidente da Sercomtel em uma agência do banco Santander localizada dentro da companhia telefônica.
O dinheiro foi entregue ao diretor de participações da Sercomtel, Alysson Tobias de Carvalho, que foi até a prefeitura de Londrina e repassou o valor ao ex-secretário de Governo, Marco Cito. Na ação, o MP fala que Coutinho "disponibilizou a estrutura e o poder inerentes à Sercomtel para que fossem usufruídos pelos integrantes da quadrilha para o desenvolvimento das atividades criminosas".
"Segundo a versão dele, parte do dinheiro seria para uma viagem que Alysson faria para Curitiba. A outra parte, segundo ele, para fins particulares", revelou o promotor do Gaeco, Claudio Esteves, durante entrevista coletiva.
O advogado de Coutinho, Rodrigo Antunes, disse ao Bonde que ainda não conversou com o seu cliente. "Só tomei conhecimento da denúncia pela imprensa. A gente precisa confirmar o fato e ter acesso aos autos antes de emitir uma posição preliminar", explicou.
Antunes lembrou que não acompanhou Roberto Coutinho quando ele foi prestar depoimento ao Gaeco, antes de ser denunciado. "Ele foi com o advogado da Sercomtel. Preciso tomar ciência do caso para ver o pode ser feito", explicou. "Preciso saber também se tem alguma medida cautelar ou não", completou o advogado.
Além do presidente da Sercomtel, também foram denunciados o vereador Eloir Valença (PHS), o ex-secretário de Governo Marco Cito, o servidor Antonio Rogério Lopes Ortega, o diretor da Sercomtel Alysson Tobias de Carvalho e o empresário Ludovico Bonatto, responsável pela entrega do dinheiro.
Cito, Ortega e Bonatto continuam presos na PEL II, em Londrina.
(atualizado às 17h24)